Telescópio Webb não consegue resolver enigma da expansão do Universo

 Tensão de Hubble

Quando se está tentando resolver um dos maiores enigmas da cosmologia, é necessário checar tudo muitas vezes. O enigma, chamado de "tensão de Hubble", é que a taxa atual de expansão do Universo é mais rápida do que o que os astrônomos esperam que seja com base nas condições iniciais do Universo e na nossa compreensão atual da sua evolução. 

A hipótese de erro nas medições da taxa atual de expansão do Universo foi descartada de vez. [Imagem: Adam G. Riess et al. - 10.3847/2041-8213/ad1ddd]

O telescópio espacial Hubble e muitos outros telescópios encontram consistentemente um número que não corresponde às previsões baseadas nas observações baseadas na radiação cósmica de fundo, feitas pelo observatório Planck da Agência Espacial Europeia.

A resolução desta discrepância requer uma nova física? Ou seria resultado de erros de medição entre os dois métodos diferentes usados para determinar a taxa de expansão do espaço?

O telescópio Hubble vem medindo a taxa atual de expansão do Universo há 30 anos e os astrônomos queriam eliminar qualquer dúvida remanescente sobre sua precisão. Como verificação cruzada, uma observação inicial do Webb em 2023 confirmou que as medições do Hubble do Universo em expansão eram precisas.

No entanto, na esperança de aliviar a tensão de Hubble, alguns cientistas especularam que erros invisíveis na medição podem crescer e tornar-se visíveis à medida que olhamos mais profundamente para o Universo. Em particular, a aglomeração estelar poderia afetar as medições de brilho de estrelas mais distantes de uma forma sistemática.

Esta galáxia, a NGC 5468, foi a mais distante na qual o Hubble encontrou estrelas variáveis Cefeidas, que são usadas como marcadores de posição para medir a expansão do Universo. [Imagem: NASA/ESA/CSA/STScI/Adam G. Riess (JHU, STScI)]

Precisamos pensar em algo

Assim, uma equipe internacional reuniu os telescópios espaciais Hubble e James Webb para fazer medições definitivas, reforçando a ideia de que algo mais - e não erros de medição - estaria influenciando a taxa de expansão do Universo.

Infelizmente não deu certo, e o enigma persiste.

"Com os erros de medição negados, o que resta é a possibilidade real e emocionante de termos compreendido mal o Universo," disse o professor Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA - hoje, a expansão acelerada do Universo é creditada a um fenômeno misterioso chamado "energia escura", que tem escapado a todas as tentativas de detecção.

"Agora abrangemos toda a gama daquilo que o Hubble observou e podemos descartar um erro de medição como a causa da tensão de Hubble com uma confiança muito elevada," disse Riess. 

Se entendemos mal o Universo, como sugere o professor Riess, abre-se agora a possibilidade muito mais entusiasmante de precisarmos elaborar novas teorias, e mudarmos nossas explicações sobre o cosmos.

Fonte: Inovação Tecnológica

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