Detectado núcleo de antimatéria mais pesado já visto
Antimatéria mais pesada já vista
Observando os choques ocorridos
no interior de um acelerador de partículas, físicos detectaram um novo
hipernúcleo de antimatéria, o anti-hiper-hidrogênio-4.
Anti-hiper-hidrogênio-4 criado em uma colisão de íons pesados. [Imagem: IMP]
Este é o hipernúcleo de
antimatéria mais pesado descoberto em experimentos até o momento. Há cerca de
uma década, a mesma equipe havia observado o anti-hélio-4, até então a mais
pesada partícula de antimatéria conhecida.
A física atual assume que as
propriedades da matéria e da antimatéria são simétricas e que quantidades
iguais de matéria e antimatéria existiam no nascimento do Universo. No entanto,
algum mecanismo físico misterioso causou a aniquilação da maioria da matéria e
da antimatéria, já que virtualmente não encontramos antimatéria natural no
Universo; mas, por outro processo que também não conhecemos, a teoria diz que
cerca de uma em cada dez bilhões de partículas de matéria sobreviveu, formando
o mundo de matéria do qual fazemos parte.
"O que causou a diferença
nas quantidades de matéria e antimatéria no Universo? Para responder a essa
pergunta, uma abordagem importante é criar uma nova antimatéria no laboratório
e estudar suas propriedades," justificou o Prof. Hao Qiu, membro da
Colaboração STAR, responsável pela descoberta.
Simetria matéria-antimatéria
Imagem do detector STAR sobreposta com um exemplo de rastros de partículas que ele detecta emergindo de uma colisão ouro-ouro no Colisor Relativístico de Íons Pesados (RHIC). [Imagem: Joe Rubino/Jen Abramowitz/BNL]
No mundo dominado pela matéria de
hoje, a antimatéria é extremamente rara porque ela se aniquila facilmente com a
matéria que se encontra por todos os lados. Desde que a equação de Dirac
indicou a existência de antimatéria em 1928, quase um século atrás, os
cientistas descobriram apenas seis tipos de (hiper)núcleos de antimatéria.
Núcleos de antimatéria e
hipernúcleos de antimatéria (núcleos contendo hiperons, como Lambda), formados
pela combinação de vários antibárions, são ainda mais difíceis de produzir.
O recém-descoberto
anti-hiper-hidrogênio-4 foi produzido no Colisor Relativístico de Íons Pesados
(RHIC), nos Estados Unidos, que acelera feixes de íons pesados até quase a
velocidade da luz e os faz colidirem entre si. Essas colisões simulam em
laboratório as condições do Universo primitivo, produzindo bolas de fogo com
temperaturas de vários trilhões de graus, que contêm quantidades
aproximadamente iguais de matéria e antimatéria.
À medida que a bola de fogo se
expande e esfria rapidamente, parte da antimatéria escapa da aniquilação com a
matéria e é detectada pelo detector STAR. A equipe captou o sinal de 16 núcleos
anti-hiper-hidrogênio-4.
O anti-hiper-hidrogênio-4 é
composto de um antipróton, dois antinêutrons e um anti-hiperon Lambda. Devido à
presença do hiperon anti-Lambda instável, o anti-hiper-hidrogênio-4 decai após
viajar apenas alguns centímetros.
Os pesquisadores também mediram a
vida útil do anti-hiper-hidrogênio-4 e não encontraram nenhuma diferença
significativa em comparação com a de sua partícula correspondente de matéria, o
hiper-hidrogênio-4 dentro dos limites de precisão de medição, reforçando ainda
mais a simetria entre as propriedades da matéria e da antimatéria.
Fonte: Inovação Tecnológica
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