Terraformação de planetas: como a tecnologia pode revelar mundos habitáveis

A vida como conhecemos continua sendo uma exclusividade da Terra, mas existem muitos cientistas que acreditam que não estamos sozinhos no universo. De acordo com um novo estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal, talvez seja possível que, com a tecnologia dos telescópios atuais, os astrônomos consigam detectar alienígenas terraformando outros corpos celestes.

A equipe do estudo, realizado na Universidade da Califórnia em Riverside (UCR), aponta que um dos sinais que poderíamos detectar com a tecnologia atual são assinaturas químicas. Esse tipo de reação pode evidenciar um planeta que está sendo aquecido, provavelmente como parte de algum tipo de operação para terraformar o corpo celeste.

Por exemplo, as mudanças climáticas causadas pela humanidade aumentam os níveis dos gases de efeito estufa, o que resulta no aumento da temperatura média do planeta. Contudo, o mesmo efeito poderia ser utilizado para evitar que um planeta entre na era glacial ou simplesmente para terraformar outro ambiente — o bilionário Elon Musk já revelou interesse em terraformar Marte.

“Para nós, esses gases são ruins porque não queremos aumentar o aquecimento. Mas eles seriam bons para uma civilização que talvez quisesse evitar uma era glacial iminente ou terraformar um planeta de outra forma inabitável em seu sistema, como os humanos propuseram para Marte”, disse o astrobiólogo da UCR e principal autor do estudo, Edward Schwieterman, em um comunicado oficial.

Como detectar terraformação em planetas distantes

No estudo, os pesquisadores afirmam que, se essas civilizações existirem e estiverem terraformando planetas distantes, elas talvez façam isso por meio de versões fluoradas de metano, etano e propano.

Eles explicam que esses gases contêm flúor e têm uma natureza não tóxica. O resultado é que a camada de ozônio do planeta permanece intacta, e esses gases oferecem uma vida útil que possibilitaria uma atmosfera como a da Terra por dezenas de milhares de anos.

Esses gases não são produzidos em quantidades significativas pela natureza; normalmente, eles devem ser fabricados por algum tipo de vida inteligente. Em outras palavras, a presença desses gases não só sugere que extraterrestres podem estar terraformando um corpo celeste, mas também pode evidenciar a existência de vida alienígena.

A tecnologia atual poderia detectar indícios desses gases por meio da assinatura infravermelha, mas apenas em alguns exoplanetas mais próximos do Sistema Solar. Em uma simulação, os cientistas conseguiram detectar um planeta a aproximadamente 40 anos-luz de distância da Terra.

"Nosso experimento mental mostra o quão poderosos serão nossos telescópios de próxima geração. Somos a primeira geração na história que tem a tecnologia para buscar sistematicamente vida e inteligência em nosso bairro galáctico", disse um dos autores do estudo e associado do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, Daniel Angerhausen.

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Msn.com

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