Mistério cósmico: Objeto desconhecido emite rádio e raios X periodicamente
Transiente de período longo
Astrônomos descobriram um novo
fenômeno cósmico, que pode ser um corpo celeste ou um conjunto de corpos
celestes, que nunca havia sido visto até hoje.
Imagem mostrando a região ao redor do ASKAP J1832-0911 - raios X do Observatório de Raios X Chandra, dados de rádio do radiotelescópio MeerKAT e dados infravermelhos do telescópio espacial Spitzer. [Imagem: Ziteng Wang et al. - 10.1038/s41586-025-09077-w]
O objeto, catalogado como ASKAP
J1832-0911, emite simultaneamente pulsos de ondas de rádio e de raios X, e faz
isso por dois minutos a cada 44 minutos.
Nenhuma teoria consegue explicar
as três coisas ao mesmo tempo. Esta é a primeira vez que objetos periódicos,
conhecidos como "transientes de período longo" (TPLs), foram
detectados em raios X. Os astrônomos esperam que isso possa fornecer informações
sobre as fontes de sinais misteriosos semelhantes já observadas no céu, mas que
também aguardam por explicações mais convincentes.
Os TPLs conhecidos emitem pulsos
de rádio com intervalos de minutos a horas, e só foram descobertos em 2022.
Desde então, 10 TPLs (transientes de período longo) foram descobertos por
astrônomos em todo o mundo. Atualmente, não há uma explicação clara sobre o que
causa esses sinais, ou por que eles "ligam" e "desligam" em
intervalos tão longos, regulares e incomuns - outros transientes variam suas
emissões na faixa dos milissegundos.
Mas a associação da emissão de
radiofrequência com os raios X é uma novidade absoluta, e vem aumentar o
enigma.
"Este objeto é diferente de
tudo que já vimos antes," disse Ziteng Wang, do Centro Internacional de
Pesquisa em Radioastronomia (ICRAR), na Austrália.
Curvas de luz de rádio e raios X mostrando como o ASKAP J1832-0911 pulsa em ambas as bandas. [Imagem: Ziteng Wang/ICRAR]
Radiofrequência e raios X
O ASKAP J1832-0911 está
localizado em nossa própria galáxia Via Láctea, a cerca de 15.000 anos-luz da
Terra, o que facilitará um pouco seu estudo.
Como os raios X têm uma energia
muito maior do que as ondas de rádio, qualquer teoria para explicar este novo
fenômeno deverá levar em conta ambos os tipos de emissão.
A equipe argumenta que é
improvável que o objeto seja um pulsar ou uma estrela de nêutrons arrancando
material de uma estrela companheira, já que suas propriedades não correspondem
às intensidades típicas dos sinais de rádio e raios X desses objetos. Algumas
das propriedades do ASKAP J1832-0911 poderiam ser explicadas por uma estrela de
nêutrons com um campo magnético extremamente forte, chamada magnetar, mas
outras características dele, como sua emissão de rádio muito forte e variável,
são difíceis de explicar para um magnetar.
"O ASKAP J1832-0911 pode ser
um magnetar, o núcleo de uma estrela morta com campos magnéticos poderosos, ou
pode ser um par de estrelas em um sistema binário onde uma das duas é uma anã
branca altamente magnetizada, uma estrela de baixa massa no final de sua
evolução," arrisca o professor Wang. "No entanto, mesmo essas teorias
não explicam completamente o que estamos observando. Esta descoberta pode
indicar um novo tipo de física ou novos modelos de evolução estelar."
Inovação Tecnológica


Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!