Astrônomos observam o raro ”despertar” de um buraco negro
Uma equipe de astrônomos fez uma
descoberta fascinante ao estudar um grupo de galáxias chamado CHIPS 1911+4455,
localizado a impressionantes 6 bilhões de anos-luz da Terra
Imagem do Hubble do aglomerado de galáxias CHIPS1911+4455. (Crédito: NASA / ESA / Hubble Heritage Team)
No centro desse grupo, há um
buraco negro supermassivo que começou a “acordar” há apenas mil anos. Embora
mil anos pareça muito, na escala do universo, isso é como um piscar de olhos.
O pesquisador principal,
Francesco Ubertosi, da Universidade de Bolonha, compara o fenômeno a ver um
gigante adormecido despertando. Usando telescópios poderosos, como o Very Long
Baseline Array e o Very Large Array, os cientistas conseguiram observar o espaço
com uma precisão incrível – seria como ler um jornal em Los Angeles estando em
Nova York.
Um Buraco Negro
“Recém-Nascido”
O que torna esse buraco negro
especial é que ele é praticamente um “bebê” em termos de atividade. Ele está
lançando jatos de material que se estendem por apenas 100 anos-luz a partir de
seu centro. Isso pode parecer grande, mas, para um buraco negro, é muito
pequeno. Buracos negros maduros em sistemas semelhantes podem criar jatos que
se estendem por dezenas de milhares de anos-luz.
A maioria dos buracos negros
estudados pelos astrônomos já está ativa há milhões de anos, o que torna
difícil entender como eles começam a afetar o ambiente ao seu redor. Esse
buraco negro recém-ativado oferece uma rara visão do “antes”, mostrando aos cientistas
o que acontece nos primeiros estágios de atividade de um buraco negro.
“Os jatos são tão jovens e
pequenos que ainda não conseguiram afastar o gás quente ao redor”, explica
Myriam Gitti, coautora do estudo, também da Universidade de Bolonha. “Isso cria
um laboratório natural perfeito para estudar como os buracos negros começam a
influenciar o ambiente cósmico.”
Uma Galáxia Cheia de Vida
Enquanto o buraco negro está
apenas começando a se mexer, a galáxia ao seu redor está extremamente ativa.
Ela está formando novas estrelas a uma velocidade impressionante: entre 140 e
190 vezes a massa do nosso Sol a cada ano. Para comparação, a nossa galáxia, a
Via Láctea, forma apenas o equivalente a uma estrela como o Sol por ano. Os
cientistas acreditam que estão vendo a pista principal de como os buracos
negros são ativados. O gás quente ao redor do buraco negro está esfriando de
forma muito eficiente, o que pode estar fornecendo o “combustível” necessário
para despertá-lo.
Por que Isso é Importante?
Entender como buracos negros
supermassivos “acordam” ajuda a responder questões fundamentais sobre como as
galáxias evoluem. Esses buracos negros têm um papel crucial em controlar a
formação de estrelas e moldar as maiores estruturas do universo. Observar um
buraco negro no momento em que ele começa a se ativar permite estudar esse
processo em tempo real, em vez de apenas ver o resultado final.
A descoberta foi possível
combinando observações de vários telescópios, cada um contribuindo com uma peça
do quebra-cabeça. Alguns telescópios ofereceram imagens de altíssima resolução
para ver os pequenos jatos, enquanto outros detectaram sinais fracos da
formação de estrelas.
O Futuro da Descoberta
A equipe de pesquisadores planeja
continuar observando esse buraco negro para ver como ele evolui com o tempo e
encontrar outros sistemas semelhantes. Essa descoberta pode transformar nossa
compreensão sobre como os objetos mais poderosos do universo começam a moldar o
cosmos ao seu redor.
Com essa observação, os
astrônomos estão mais perto de desvendar os segredos de como os buracos negros
supermassivos influenciam as galáxias e o universo como um todo.
Terrarara.com.br
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