Robô marciano pode detectar vida e NASA não sabia
Instrumento já está em
Marte
Um estudante de doutoramento e
seu orientador descobriram um modo de examinar a existência de vida em Marte -
e, futuramente em outros planetas e luas - usando os equipamentos científicos
que já estão a bordo do robô Curiosidade, que explora Marte há 13 anos.
Locais para procurar sinais de
vida em Marte não faltam. O instrumento também poderá ser usado em outros
planetas e luas. [Imagem: NASA]
Na verdade, o instrumento,
chamado cromatógrafo a gás-espectrômetro de massas (GC-MS), tem sido instalado
em sondas marcianas desde meados da década de 1970, com versões iniciais nos
módulos de pouso Viking I e Viking II. E também estará a bordo do próximo rover
marciano, o Rosalind Franklin.
O que Solomon Hirsch e Mark
Sephton, do Imperial College de Londres, descobriram é que esse instrumento
científico pode ser usado para detectar uma ligação química dentro de moléculas
da membrana celular encontradas em muitos organismos vivos ou que tenham
morrido há pouco tempo.
"Agências espaciais como a
NASA e a ESA não sabem que seus instrumentos já conseguem fazer isso,"
disse o professor Sephton. "Aqui, desenvolvemos um método elegante que
identifica de forma rápida e confiável uma ligação química que indica a
presença de vida viável. O rover Curiosidade acabou de completar 13 anos em
Marte, mas quem disse que não se pode ensinar truques novos a um cachorro
velho?"
Ligações químicas na membrana celular de seres vivos que podem ser detectadas com o instrumento. [Imagem: Solomon Hirsch et al. - 10.1038/s44453-025-00006-9]
Detecção de vida em
qualquer lugar
A técnica descoberta pela dupla
consiste em detectar uma sequência única de átomos que se ligam às moléculas
constituintes das membranas externas de bactérias vivas e células eucarióticas.
Essas células constituem a grande maioria da matéria biológica na Terra e
incluem os tipos de formas de vida que muitos esperam encontrar fora do nosso
planeta.
As assinaturas dessas ligações
encontradas em moléculas chamadas lipídios polares intactos (IPLs) aparecem
como um pico claro em um gráfico produzido pelo instrumento GC-MS.
"Quando colocamos os
compostos lipídicos polares intactos em nosso GC-MS, não sabíamos o que
esperar, já que esses compostos geralmente são analisados usando outras
técnicas. A assinatura característica que identificamos fornece um indicador
claro de vida viável usando equipamentos espaciais já em uso em muitas missões
extraterrestres," disse Hirsch. "Se encontrarmos sinais de vida fora
da Terra, a primeira pergunta será: Ela existe agora? É emocionante pensar que
a técnica que desenvolvemos aqui pode ser usada para ajudar a responder a essa
pergunta."
Mas a técnica não é adequada para
detectar formas ancestrais de vida, extintas há muito tempo, como a maioria da
comunidade científica acredita ser mais provável em Marte. Isso porque, quando
o organismo morre, suas ligações IPL se desintegram em poucas horas, não
podendo mais ser detectadas - o pico não aparece mais na leitura do
instrumento.
Inovação Tecnológica
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