Urano revela calor escondido após 40 anos de mistério

Urano, um planeta que sempre intrigou os cientistas, não é tão frio quanto se pensava

Imaggem via ESA/Hubble 

Novas descobertas mostram que ele emite um pouco de calor próprio, sugerindo uma história mais agitada do que imaginávamos.

Gigantes quentes e um planeta gelado

Planetas como Júpiter, Saturno e Netuno liberam mais energia do que recebem do Sol, indicando que seus interiores ainda estão quentes. Mas, quando a sonda Voyager 2 da NASA passou por Urano em 1986, os dados mostraram que o planeta era muito mais frio do que o esperado. Isso desafiou o que os cientistas sabiam sobre como os planetas se formam e evoluem.

Uma nova visão sobre Urano

Agora, com modelos de computador avançados e uma nova análise de dados antigos, cientistas descobriram que Urano pode ser mais quente do que se pensava. Essa descoberta foi publicada na revista *Monthly Notices of the Royal Astronomical Society*.

Por que Urano é tão peculiar?

Urano é um planeta único. Ele gira “deitado”, com seus polos apontando para o Sol durante 42 anos, como um “verão? sem fim. Além disso, gira no sentido oposto à maioria dos planetas, algo que só compartilha com Vênus. Durante séculos, Urano foi confundido com uma estrela distante, até ser reconhecido como planeta no final do século XVIII.

Quando a Voyager 2 passou por Urano, mediu o calor emitido pelo planeta e descobriu que ele parecia não ter calor interno, ao contrário de outros gigantes gasosos. Isso confundiu os cientistas, já que planetas como Júpiter, Saturno e Netuno emitem mais calor do que recebem do Sol, um sinal de processos energéticos que aconteceram durante sua formação, há 4,5 bilhões de anos. A quantidade de calor que um planeta libera pode indicar sua idade: quanto menos calor ele emite, mais velho pode ser.

Resolvendo o mistério do calor perdido

Os cientistas dependiam de uma única medição de calor feita pela Voyager 2, o que tornava difícil tirar conclusões definitivas. “Tudo dependia daquele único dado”, disse Amy Simon, cientista planetária da NASA. Para entender melhor, ela e outros pesquisadores, liderados por Patrick Irwin, da Universidade de Oxford, revisaram os dados antigos e usaram modelos de computador para calcular quanta energia Urano recebe do Sol, quanta reflete como luz e quanta emite como calor.

Eles descobriram que Urano reflete mais luz do Sol do que se pensava anteriormente. Isso significa que o planeta emite cerca de 15% mais energia do que recebe, mostrando que ele tem, sim, um calor interno, embora bem menor que o de Netuno, que emite mais que o dobro da energia recebida do Sol.

O que isso significa?

Essa descoberta levanta novas questões. “Agora precisamos entender o que esse calor em Urano significa e obter medições mais precisas”, disse Simon. Alguns cientistas acreditavam que Urano poderia ser mais velho que outros planetas e já ter esfriado completamente, ou que uma grande colisão – talvez a mesma que o deixou “deitado? – teria expelido todo o seu calor. As novas evidências sugerem que nenhuma dessas hipóteses está completamente correta.

Por que isso importa?

Entender o passado de Urano ajuda a descobrir como os planetas do nosso sistema solar se formaram e chegaram às suas órbitas atuais. Além disso, como muitos exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar) têm tamanhos semelhantes ao de Urano, essas descobertas podem ajudar a entender esses mundos distantes.

Com essas novas informações, Urano deixa de ser apenas um enigma gelado e se revela um planeta com segredos ainda mais fascinantes para explorar.

Terrarara.com.br

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