Mistério de 400 anos resolvido: Nova classe de sistema estelar antigo descoberta em nossa galáxia
Cientistas descobriram que os aglomerados globulares, grupos muito antigos e densos de estrelas, podem se formar de várias maneiras
Um aglomerado globular (concentração branca de estrelas) surge naturalmente nas simulações EDGE de alta resolução. Essas simulações também preveem a existência de uma nova classe de objetos: anãs semelhantes a aglomerados globulares. Esses novos objetos se formam de forma semelhante a aglomerados globulares, mas em seu próprio halo de matéria escura. A galáxia anã Retículo II, próxima, pode ser um desses objetos, que tem se escondido à vista de todos em nosso quintal cósmico. Se for assim, ela promete restrições sem precedentes à natureza da matéria escura e um novo local para a busca das primeiras estrelas livres de metais. Crédito: Universidade de Surrey, Matt Orkney, Andrew Pontzen e Ethan Taylor.
Além disso, as simulações revelaram a existência de um novo tipo de sistema estelar que pode estar escondido na Via Láctea, nossa galáxia.
Por séculos, astrônomos tentaram
entender como os aglomerados globulares, que são conjuntos de centenas de
milhares a milhões de estrelas bem próximas umas das outras, surgiram no
universo. Um estudo liderado pela Universidade de Surrey, no Reino Unido, e
publicado na revista *Nature*, usou simulações detalhadas para resolver esse
mistério e, de quebra, descobriu uma nova categoria de objeto celeste.
O que são aglomerados
globulares?
Aglomerados globulares são como
“bolas” de estrelas muito compactas que orbitam galáxias maiores, como a Via
Láctea. Diferente das galáxias, eles não têm sinais de matéria escura (uma
substância misteriosa que não emite nem reflete luz). Além disso, as estrelas
nesses aglomerados têm idades e composições químicas muito parecidas, o que
intrigou cientistas desde o século 17.
Como o mistério foi
resolvido?
Pesquisadores da Universidade de
Surrey usaram simulações de computador superavançadas, chamadas EDGE, que
recriaram os 13,8 bilhões de anos de história do universo com detalhes
incríveis. Essas simulações mostraram que os aglomerados globulares podem se
formar de mais de uma maneira. Mais surpreendente ainda, elas revelaram um novo
tipo de sistema estelar, chamado de “anões semelhantes a aglomerados
globulares”, que tem características intermediárias entre os aglomerados
globulares e as galáxias anãs.
O que é esse novo tipo de
sistema estelar?
As galáxias anãs comuns
geralmente têm muito mais matéria escura do que estrelas e gás. Já os “anões
semelhantes a aglomerados globulares? parecem aglomerados normais quando
observados, mas contêm uma quantidade significativa de matéria escura. Isso
significa que telescópios podem já ter identificado alguns desses sistemas na
Via Láctea, mas os classificaram como aglomerados globulares comuns. Essa
descoberta é importante porque esses sistemas podem ajudar estudando tanto a
formação de aglomerados quanto a misteriosa matéria escura.
Possíveis candidatos na
Via Láctea
Alguns objetos conhecidos na Via
Láctea, como a galáxia anã “ultrafraca? Reticulum II, podem ser exemplos desses
novos sistemas. Se confirmados, eles podem ser lugares perfeitos para procurar
estrelas muito antigas, formadas no início do universo, e para testar teorias
sobre a matéria escura.
Como as simulações foram
feitas?
As simulações EDGE foram
realizadas em parceria com universidades do Reino Unido, Suécia, Espanha e
Estados Unidos, usando um supercomputador do Reino Unido chamado DiRAC. Essas
simulações são tão detalhadas que, se fossem rodadas em um laptop comum, levariam
décadas para terminar. Elas conseguiram recriar aglomerados globulares e
galáxias anãs realistas, além de preverem a existência dessa nova classe de
objetos.
O que vem por aí?
O próximo passo é usar
telescópios, como o James Webb Space Telescope, para procurar esses “anões
semelhantes a aglomerados globulares? e confirmar sua existência. Se
encontrados, eles podem abrir novas possibilidades para estudar a matéria
escura e encontrar as primeiras estrelas do universo, que não contêm metais
(elementos mais pesados que hidrogênio e hélio).
Essa descoberta é um grande
avanço para a astronomia, trazendo respostas para um mistério de séculos e
revelando segredos escondidos bem na nossa galáxia!
Terrarara.com.br

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