Telescópio James Webb encontra um 'ponto' perto de uma estrela, mas será um planeta?

O Telescópio James Webb (James Webb) trouxe novas informações sobre a possibilidade de planetas ao redor da estrela Epsilon Eridani, mas também mostrou que nem todo sinal é o que parece

Representação artística do sistema Epsilon Eridani, incluindo o elusivo planeta Epsilon Eridani b. Crédito: NASA/SOFIA/Lynette Cook 

Na ciência, descobrir que algo *não* está lá pode ser tão importante quanto confirmar que está. O James Webb, um dos telescópios mais avançados do mundo, enfrentou um desafio ao estudar a estrela Epsilon Eridani, que fica a apenas 10,5 anos-luz da Terra e tem cerca de 400 milhões de anos. Essa estrela sempre gerou curiosidade: será que ela tem planetas orbitando ao seu redor? Um estudo recente, publicado no site arXiv, não confirmou planetas, mas trouxe avanços importantes.

O que o telescópio estava procurando?

Os cientistas usaram o James Webb para investigar dois possíveis planetas ao redor de Epsilon Eridani:

1. Candidato 1 (Epsilon Eridani b): Detectado em 2000 por medições de velocidade radial (um método que observa o movimento da estrela), esse planeta seria do tamanho de Júpiter e orbitaria a cerca de 3,5 unidades astronômicas (AU) da estrela (1 AU é a distância entre a Terra e o Sol).

2. Candidato 2: Ainda não confirmado, esse planeta seria responsável por moldar um anel de poeira ao redor da estrela, localizado a cerca de 45 AU.

Um sinal promissor, mas atrapalhado pelo “ruído?

Ao procurar o primeiro planeta (Epsilon Eridani b), o instrumento NIRCam do James Webb detectou um “ponto” de luz exatamente onde o planeta deveria estar. Parecia promissor! Mas havia um problema: o sinal estava muito perto de um “hexpeckle”, uma interferência causada pelo equipamento do telescópio, que cria “ruídos? na imagem. Por causa disso, os cientistas não conseguiram confirmar com certeza se o ponto era mesmo um planeta.

Já o segundo candidato foi descartado com mais confiança. Os dados mostraram que não há planetas do tamanho de Saturno a mais de 16 AU da estrela. Isso significa que provavelmente não existe um planeta moldando o anel de poeira da estrela.

O James Webb também observou o disco de poeira ao redor da estrela e encontrou um sinal fraco no lado “leste”. Mas esse sinal parece ser apenas a poeira do disco refletindo a luz da estrela, e não um planeta.

Uma nova técnica para observar o universo

O estudo usou uma técnica nova chamada “estratégia de três rotações”. Normalmente, o James Webb gira em dois ângulos diferentes para captar a luz de um objeto de formas variadas. Dessa vez, ele girou três vezes, o que melhorou sua capacidade de ver objetos fracos em 20 a 30% em comparação com o método antigo. Essa técnica pode ajudar o telescópio fazendo descobertas mais precisas no futuro.  

O que isso significa?

Embora o James Webb não tenha confirmado a existência de planetas ao redor de Epsilon Eridani, o estudo foi um sucesso. Ele colocou limites importantes: sabemos que não há planetas grandes como Saturno além de 16 AU e que o possível planeta do tamanho de Júpiter precisa de mais investigação. Além disso, a nova técnica de observação é um grande avanço para futuras pesquisas.

Na ciência, cada passo conta, mesmo que não encontre exatamente o que se esperava. Com o James Webb ainda tendo muitos anos de trabalho pela frente, essa nova forma de observar o universo pode trazer descobertas incríveis no futuro!

Terrarara.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Equinócio em Saturno

Centro Starbursting

Aglomerado nublado

Principalmente Perseidas

Planeta Mercúrio

O QUE SÃO: Quasares, Blazares, Pulsares e Magnetares

Astrônomos descobrem o 'Complexo das Grandes Plêiades'

Explicada a misteriosa fusão "impossível" de dois enormes buracos negros

Perseidas de Perseu

Matéria escura: a teoria alternativa MOND refutada pela observação