Um oceano escondido pode ter existido na lua Ariel de Urano

 “Precisamos voltar ao sistema de Urano e verificar com nossos próprios olhos”

Ariel, a segunda lua mais próxima de Urano, apresenta um terreno brilhante e fraturado que pode ter se formado acima de um vasto oceano nas profundezas de sua superfície, sugere um novo estudo. (Crédito da imagem: Robert Lea (criado com Canva)/NASA) 

Ariel, uma das luas geladas de Urano, pode ter abrigado um enorme oceano com mais de 170 quilômetros de profundidade sob sua crosta congelada, segundo uma nova pesquisa. Essas descobertas reforçam a ideia de que as luas de Urano podem ter sido mundos com oceanos no passado distante.

Com cerca de 1.159 quilômetros de diâmetro, Ariel é menor que muitas luas dos planetas Júpiter e Saturno. Mesmo assim, sua superfície é muito brilhante e cheia de detalhes, com áreas antigas marcadas por crateras e planícies mais recentes e lisas, provavelmente formadas por criovulcanismo, um tipo de vulcanismo que ocorre em corpos gelados.

“Ariel é bem especial entre as luas geladas”, disse Alex Patthoff, cientista sênior do Instituto de Ciência Planetária no Arizona e um dos autores do estudo.

Liderada por Caleb Strom, da Universidade de Dakota do Norte, a equipe de pesquisadores quis entender como era a estrutura interna de Ariel no passado e o quanto sua órbita era diferente de um círculo perfeito, para explicar as características marcantes que vemos em sua superfície hoje.

Para isso, os cientistas simularam como a gravidade de Urano teria esticado e comprimido Ariel ao longo do tempo, causando rachaduras e mudanças em sua crosta de gelo.

A análise mostrou que a órbita de Ariel já foi bem mais “esticada”, com uma excentricidade de cerca de 0,04, ou seja, 40 vezes maior do que é hoje. Isso significa que sua órbita era quatro vezes mais irregular do que a de Europa, uma lua de Júpiter conhecida por sua superfície rachada e geologicamente ativa.

Os pesquisadores concluíram que as rachaduras e cristas na superfície de Ariel só podem ser explicadas se houvesse uma camada líquida sob a crosta. Isso sugere que Ariel tinha um grande oceano coberto por uma camada de gelo relativamente fina ou um oceano menor com forças orbitais mais intensas.

“De qualquer forma, precisamos de um oceano para explicar as rachaduras que vemos na superfície de Ariel”, explicou Patthoff.

Este estudo vem após outra pesquisa de 2024, feita pela mesma equipe, que encontrou evidências de um oceano subterrâneo no passado em Miranda, outra lua de Urano. Juntas, essas descobertas indicam que Urano pode ter tido várias luas com oceanos.

“Estamos encontrando pistas de que o sistema de Urano pode ter abrigado mundos com oceanos gêmeos”, disse Tom Nordheim, da Universidade Johns Hopkins, que lidera o projeto financiado pela NASA.

Terrarara.com.br

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