Criado primeiro mapa da fronteira externa do Sol
Fronteira do Sol
Astrônomos produziram os
primeiros mapas contínuos da borda externa da atmosfera solar, revelando uma
fronteira fluida e com aparência esvoaçante que marca o ponto onde os ventos
solares escapam da influência magnética do Sol. Daí, eles rumam em direção à
borda do Sistema Solar, o que inclui atingir a Terra.
Esta representação artística mostra a fronteira na atmosfera solar onde a velocidade do vento solar se torna maior que a velocidade das ondas magnéticas. A área parece alternar entre irregular e "espumosa", revelando que o ponto sem retorno para a matéria que escapa da influência magnética do Sol está longe de ser uma esfera teórica. [Imagem: CfA/ Melissa Weiss]
Combinando os mapas com medições
em alta resolução, o trabalho de mapeamento revelou que essa fronteira se torna
maior, mais irregular e com pontas mais acentuadas à medida que o Sol se torna
mais ativo, conforme avança em seus ciclos de 11 anos.
Esta descoberta vai ajudar a
aprimorar os modelos que mostram como o Sol afeta a Terra, a fazer melhores
previsões do clima espacial e entender a complexidade atmosférica de outras
estrelas.
"Os dados da sonda Solar
Parker, coletados em profundidades abaixo da superfície de Alfvén, podem ajudar
a responder grandes questões sobre a coroa solar, como por que ela é tão
quente. Mas, para responder a essas perguntas, primeiro precisamos saber
exatamente onde está a fronteira," disse Sam Badman, astrofísico do Centro
de Astrofísica Harvard & Smithsonian (CfA), nos EUA.
De fato, os "mergulhos"
que a sonda solar Parker faz em direção ao Sol, batendo recordes sucessivos de
aproximação da nossa estrela, foram essenciais para essa nova capacidade de
mapeamento da atmosfera solar.
Painel esquerdo: Histograma 2D normalizado por coluna das observações da velocidade de Alfvén e da velocidade radial do vento solar em L1 com média (azul), desvios padrão (barras azuis) e um ajuste à média (preto) mostrando uma clara relação monotônica. Painel direito: perfis das mesmas duas velocidades. [Imagem: Samuel T. Badman et al. - 10.3847/2041-8213/ae0e5c]
Fronteira da atmosfera solar
A fronteira da atmosfera solar,
onde a velocidade do vento solar para fora se torna maior do que a velocidade
das ondas magnéticas, conhecida como superfície de Alfvén, é o ponto sem
retorno para o material que escapa do Sol e entra no espaço interplanetário -
uma vez que o material ultrapassa esse ponto, ele não consegue mais cair de
volta no Sol.
Essa superfície imaginária é a
"borda" efetiva da atmosfera solar, o que a torna um laboratório
ativo para estudar e compreender como a atividade solar impacta o restante do
Sistema Solar, incluindo a vida e a tecnologia na Terra e em seu entorno.
"Ainda existem várias
questões fascinantes de física sobre a coroa solar que não compreendemos
completamente," disse Michael Stevens, membro da equipe. "Este
trabalho demonstra, sem dúvida, que a sonda solar Parker está mergulhando
profundamente a cada órbita na região onde o vento solar nasce. Estamos agora
caminhando para um período empolgante, no qual ela testemunhará em primeira mão
como esses processos se transformam à medida que o Sol entra na próxima fase de
seu ciclo de atividade."
"À medida que o Sol passa
por ciclos de atividade, o que estamos observando é que a forma e a altura da
superfície de Alfvén ao redor do Sol estão aumentando e se tornando mais
pontiagudas. Isso é exatamente o que previmos no passado, mas agora podemos
confirmar diretamente," disse Badman.
O objetivo agora é documentar
todo esse processo durante um ciclo solar completo.
Inovação Tecnológica


Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!