Comprovada existência da matéria escura
Físicos, astrofísicos e astrônomos nunca se sentiram realmente confortáveis em ter que apelar para algo invisível e indetectável para explicar 90% do nosso universo. Mas é exatamente isso o que acontece com a matéria escura, até ontem apenas uma teoria, que explica porque as galáxias não saem de seu caminho, apesar de suas imensas massas e velocidade. Mas agora, graças ao telescópio de raios-X Chandra, da NASA, a matéria escura finalmente deixou de ser uma teoria: os cientistas conseguiram comprovar sua existência a partir da observação do maior evento cósmico já observado pelo homem - o choque entre duas galáxias. A observação desse espetacular choque galáctico ofereceu o que os cientistas estão chamando de uma "evidência definitiva" que a maioria da matéria no nosso universo é escura - invisível e indetectável. Apesar de consideráveis evidências já oferecidas em prol da existência da matéria escura, alguns cientistas já estavam propondo teorias alternativas para a gravidade onde ela é mais forte do que seria previsível pelas teorias de Newton e Einstein. Estas teorias eliminam a necessidade da matéria escura. Mas não conseguem explicar os efeitos observados pela colisão agora acompanhada pelos cientistas."Os resultados são uma prova direta de que a matéria escura existe," conclui o Dr. Doug Clowe, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, e coordenador do estudo. Em agrupamentos de galáxias, a matéria normal, como os átomos que formam as estrelas, os planetas e tudo o que existe sobre a Terra, está primariamente na forma de estrelas e gases quentes. A massa desse gás quente entre as galáxias é muitíssimo maior do que a massa de todas as estrelas em todas as galáxias. A matéria normal das galáxias é mantida no agrupamento pela força da gravidade de uma massa ainda maior de matéria escura. Sem a matéria escura, que é invisível e somente pode ser detectada através do efeito de sua gravidade, as velocíssimas galáxias e o gás quente rapidamente se esfacelariam e espalhariam. Além do Chandra, os astrônomos precisaram utilizar os telescópios Hubble, VLT e Magellan para completar suas observações. Eles utilizaram um fenômeno chamado de lente gravitacional, no qual a gravidade de grandes massas altera a rota da luz que vem de galáxias mais distantes - um efeito previsto pela teoria de Einstein.
Fonte: Estadão
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