Mars Express inicia série de aproximação máxima de lua marciana

Phobos é uma lua muito estranha e irregular e de todos os satélites do Sistema Solar é o que mais próximo orbita o planeta-mãe, a menos de seis mil quilômetros de Marte. Para entender um pouco melhor sobre esse pequeno mundo, a agência espacial européia iniciou ontem uma série de aproximações com a sonda Mars Express, que deverá chegar a apenas 50 km da lua marciana. As aproximações ocorrerão lentamente e a cada dia a sonda ficará mais próxima. Finalmente, no dia 3 de março a Mars Express atingirá o recorde de menor distância, permitindo aos cientistas registrarem dados altamente detalhados do satélite, principalmente de uma gigantesca cratera que tem aproximadamente metade do seu tamanho. Após o ápice de aproximação a nave iniciará um gradual afastamento e no dia 26 de março a lua marciana sairá do alcance dos sensores da sonda.
Correção de órbita A sonda Mars Express sobrevoa Marte a 10 mil km de distância, em uma órbita polar e elíptica. Mantendo essa dinâmica, a nave precisa ser periodicamente ajustada para que não entre na zona escura do planeta. Em 2009, a equipe do Centro Europeu de Operações Espaciais, localizado em Darmstadt, na Alemanha, apresentou uma série de cenários possíveis de correção e um deles permitiria que a nave passasse a apenas 50 km acima de Phobos.
"Isso representou uma oportunidade excelente para experimentos extras", disse o cientista Olivier Witasse.
Estrutura interna
Uma forte ênfase está sendo dada a essa aproximação e será uma chance sem precedentes de mapear o campo gravitacional do satélite. Nessa distância, a Mars Express terá condições de "sentir" a diferença de atração em cada ponto da lua, o que permitirá aos pesquisadores inferir sobre a estrutura interna de Phobos.
Aproximações anteriores feitas pela sonda forneceram importantes dados sobre a massa do satélite, enquanto imagens estereográficas em alta resolução mostraram feições altamente precisas sobre seu volume. Entretanto, cálculos de densidade surpreenderam os cientistas ao mostrar que algumas regiões de Phobos parecem ser ocas.
Durante a aproximação a sonda enviará sinais de radar até a superfície, na tentativa de ver o interior da lua marciana e tentar mapear sua estrutura e composição interna.
Mistério
A origem de Phobos permanece um grande mistério, mas três possibilidades ganham força. A primeira é que a rocha seja um asteroide capturado pela gravidade marciana e a segunda é que tenha sido formada no próprio local, na mesma época de Marte. A terceira possibilidade é que Phobos tenha sido criado após o Planeta Vermelho, formado pelos restos lançados ao espaço após o choque de um grande meteorito contra a superfície marciana.
Mapeamento
Todos os instrumentos a bordo da Mars Express serão usados nesta campanha, incluindo a câmera estereográfica HRSC. Durante as cinco primeiras aproximações não serão coletadas imagens, já que a sonda estará no lado oculto do Phobos, mas a partir de 7 de março o imageamento será possível. Além do estudo geológico de Phobos, um dos objetos da câmera HRSC será o mapeamento de locais de pouso para a missão russa Phobos-Grunt, que deverá pousar em Phobos em 2012 e trazer o material coletado de volta à Terra.
Foto: Satélite marciano Phobos, registrado pela Sonda de Reconhecimento Marciano MRO. O satélite tem apenas 26 km de diâmetro e está tão próximo do planeta que leva apenas 7 horas e 39 minutos para completar uma órbita. Crédito: Nasa/Jet Propulsion Laboratory.
Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/spacenews

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