Júpiter pode ter "devorado" planeta gigantesco, diz estudo
Eclipse solar é registrado em Júpiter e causado pela lua Io (à direita na imagem), em 2004 Foto: Cassini Imaging Team/Cassini Project/Nasa/Divulgação
Júpiter pode ter se tornado o maior planeta do Sistema Solar após "matar" e absorver um rival, segundo sugerem novas simulações. O estudo explicaria porque Júpiter tem um núcleo relativamente pequeno e com pouca massa. As informações são do site da revista New Scientist. Tanto Júpiter quanto Saturno - que hoje são gigantes gasosos - eram, no princípio, planetas rochosos com a massa de algumas Terras. Suas gravidades atraíram gás e criaram densas atmosferas. Neste momento, eles deveriam ter núcleos com aproximadamente a mesma massa. Contudo, estudos indicam que a massa do núcleo de Júpiter equivale a entre duas e 10 vezes a da Terra, enquanto que em Saturno o número fica entre 15 e 30 vezes maior que o da Terra. Simulações conduzidas por Shu Lin Li, da Universidade de Pequim, na China, e colegas, explicariam a diferença. Eles calcularam o que aconteceria quando uma "superterra" com 10 vezes a massa do nosso planeta colidisse contra um gigante gasoso. O planeta rochoso acabaria achatado ao atingir a atmosfera do gigante e chegaria ao núcleo em um período entre meia e uma hora depois da colisão. A energia gerada pelo impacto poderia ter vaporizado boa parte do núcleo.
Os elementos pesados, agora vaporizados, poderiam ter se misturado com o hidrogênio e o hélio da atmosfera do gigante, deixando apenas uma parcela do núcleo original. Além de explicar o porquê de o coração de Júpiter ser tão pequeno, a teoria também explica porque sua atmosfera é tão rica em elementos pesados comparada com o Sol, cuja composição é um espelho para a nebulosa da qual nasceram os planetas do nosso sistema.
A superterra poderia ter crescido como um gigante gasoso, caso não encontrasse Júpiter em seu caminho, diz Douglas Lin, pesquisador da Universidade da Califórnia-Santa Cruz, coautor da pesquisa, à reportagem.
Por outro lado, Saturno também tem uma grande abundância de elementos pesados em sua atmosfera e um núcleo com massa bem maior que o de Júpiter. Segundo os pesquisadores, simulações indicam que ele pode ter sido atingido por corpos rochosos menores que a Terra, o que teria deixado o núcleo intacto, ou até aumentado sua massa com fragmentos que chegaram até ele.
Segundo a reportagem, a pesquisa adiciona evidências a teorias que indicam que os primórdios do Sistema Solar foram "violentos" e caóticos, com pelo menos cinco dos seus oito planetas sendo atingidos por objetos do tamanho de planetas e os demais atingidos por corpos não muito menores. De acordo com algumas teorias, grandes colisões seriam responsáveis, por exemplo, pelo surgimento da Lua, pela mudança do formato do hemisfério norte de Marte, pelo aparecimento de uma lua em Netuno e pela diminuição da velocidade de rotação de Vênus.
Fonte:noticias.terra.com.br
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