Um enxame de buracos negros


Você nunca viu tantos buracos negros? Nem eu. Nem ninguém antes! Esta panorâmica da região de Bootes (a Constelação do Boiadeiro) obtida pelo telescópio. Chandra foi montada a partir de 126 exposições de 5.000 segundos cada. As exposições foram tomadas de modo que cada uma delas foi “colada” à seguinte, formando um mosaico. Esta é a maior composição de imagens já feita pelo Chandra! Para se ter uma idéia do tamanho desta imagem no céu, a Lua Cheia aí ao lado do mosaico dá uma noção. Cada pontinho colorido nesta imagem revela um núcleo ativo de galáxia (AGN, na sigla em inglês). Estes AGNs são na verdade, buracos negros rodeados por um toro de poeira e gás (uma rosquinha de poeira e gás) que estão engolindo matéria (a poeira e gás, não rosquinhas!). Dependendo do ângulo de visão, podemos ver estes toros por cima, sem poeira no caminho, ou de perfil, através da poeira. Isto dá origem a duas classes de AGNs, os não-obscurecidos e os obscurecidos, respectivamente. Os obscurecidos, dependendo do ângulo que são vistos possuem diferentes quantidades de material na linha de visão, mostrando “assinaturas” diferentes para quem observa. As duas classes podem ser caracterizadas por observações e cada uma delas possui características próprias que permitem discriminar uma da outra. Esta imagem do Chandra faz parte de um esforço que envolve ainda mais três observatórios, com imagens no óptico e no infravermelho. Este esforço todo tem como objetivo estudar os buracos negros justamente no período em que eles estão crescendo, dando novas pistas sobre o ambiente ao seu redor. Esta imagem foi codificada da seguinte maneira: a cor vermelha representa emissão de raios X de baixa energia, a cor verde os raios X de média energia e a cor azul os de alta energia. Este estudo identificou mais de 600 AGNs obscurecidos e mais de 700 não-obscurecidos, todos eles a uma distância que varia entre 6 e 10 bilhões de anos-luz.
Créditos: Cássio Barbosa - G1

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