Asteroide Vesta tem montanha três vezes maior que Everest

Estudos de sonda da Nasa revelam topografia do corpo celeste e podem ajudar a entender a formação da Terra
Região do polo sul do asteroide Vesta vista em uma imagem digital composta pela Nasa:Foto: Nasa
O asteroide Vesta abriga uma montanha três vezes maior que o Monte Everest, de acordo com uma nova imagem tirada pela espaçonave Dawn da Nasa. Localizada no centro de uma cratera na região polar sul do asteroide, a montanha tem cerca de 22 quilômetros de altura e uma base de aproximadamente 180 quilômetros – em contraste, a maior montanha do sistema solar, o Monte Olimpo, em Marte, tem 25 quilômetros de altura e se espalha por 624 quilômetros. Já o Everest, a maior elevação da Terra, tem 8.848 metros de altura. “Vesta está cheio de surpresas”, afirmou Paul Schenk, cientista da Dawn que participa da Instituto Lunar e Planetário no Texas, durante uma coletiva de imprensa. E acrescentou: “Tínhamos indicações antes da chegada [da Dawn] que a região polar sul seria interessante. Fotos do Hubble mostravam uma ondulação lá, mas com a resolução dele era difícil saber do que se tratava.”  Com a resolução da Dawn, os cientistas foram capazes de ver que a ondulação era uma cratera de impacto – chamada de Bacia Rheasilvia – com cerca de 475 quilômetros de largura dominada pelo seu monte central. ''Vesta é realmente um pequeno mundo bastante original e superou nossas expectativas'', afirmou Carol Raymond, pesquisadora principal adjunta do Laboratório de Propulsão a Jato (na sigla em inglês, JPL) da Nasa durante a coletiva.

Achatando um asteroide

Com cerca de 529 quilômetros de largura, Vesta é o segundo maior corpo no principal cinturão de asteróides do Sistema Solar, um anel de sobras da formação do sistema solar situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Utilizando imagens em alta resolução tiradas de Vesta, cientistas do JPL criaram uma imagem que dá uma visão angular da região polar Sul do asteroide e destaca sua topografia tridimensional.

Vesta: uma visão da Terra quando bebê?

Estudar características como a montanha polar gigante de Vesta pode ajudar os cientistas a traçar a história geológica do asteróide, possivelmente dando pistas de como nosso sistema solar foi formado. Pesquisas anteriores de meteoritos como Vesta mostraram que a superfície da rocha espacial foi outrora revestida por lava basáltica, dando uma dica de que Vesta hospedou um oceano global de magma semelhante ao que existiu na Lua. Em verdade, Vesta é considerado um protoplaneta – um planeta bebê cujo crescimento foi prejudicado por interações gravitacionais com Júpiter, este gigante de gás que conhecemos hoje. Os resultados da missão Dawn, de acordo com a Nasa, podem oferecer pistas de como planetas rochosos como a Terra e Marte poderiam parecer nos primeiros dias do sistema solar. “Estamos descobrindo -- e esperamos documentar ainda mais – que Vesta passou por processos planetários”, disse Raymond. Dawn entrou na órbita de Vesta em julho e vai ficar um ano coletando dados antes de se mover em direção ao planeta anão Ceres, o maior corpo no cinturão. 

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