Dados antigos do Hubble revelam planetas ocultos

Quando uma equipe de pesquisadores resolveu olhar alguns dados antigos do Telescópio Espacial Hubble e descobriu dois planetas alienígenas que passaram despercebidos por 13 anos, eles sem querer descobriram uma nova forma de encontrar mundos distantes. Agora, os astrônomos estão ampliando suas pesquisas aplicando o método de “escavar dados” em 350 estrelas observadas em 1998 pelo telescópio. “Nós estávamos apenas olhando para os dados arquivados da Câmera Infravermelha e Espectômetro para Multi-Objetos (NICMOS) do Hubble”, afirma o cientista Remi Soumme, um dos envolvidos na descoberta “sem intenção” dos planetas que orbitam a estrela HR 8799.

Mas o pesquisador hesita em prever mais informações novas que o NICMOS poderia render. “Eu realmente espero que encontremos algo, mas prefiro não dizer números”, comenta. “Encontrar planetas é muito difícil. Eu espero que pelo menos um novo sistema esteja lá, mas é improvável que encontremos muitos”.  No sistema HR 8799, existem quatro planetas conhecidos circulando a estrela, que está a cerca de 130 anos luz da Terra. Usando o antigo arquivo do Hubble, Soummer e seus colegas conseguiram identificar três dos planetas. O quarto não foi detectado pelo instrumento do telescópio porque está bloqueado pela luz da estrela.

Os três detectados são grandes e possuem uma órbita longa, levando 100, 200 e 400 anos para dar a volta na estrela. Isso significa que os astrônomos teriam uma longa espera para observar a órbita deles. Mas, uma das vantagens do método usado é que os dados já estão disponíveis com antecedência.

“Basicamente temos 10 anos de ciência que podemos pegar imediatamente”, comenta Soummer. Os exoplanetas da HR 8799 passaram despercebidos em 1998 porque os métodos para encontrar os corpos celestes ainda não estavam disponíveis. Agora, técnicas sofisticadas são empregadas por diversos observatórios espaciais e terrestres, e os arquivos do Hubble podem ter um papel importante.  “Digamos que nós descobrimos um novo planeta em uma dessas imagens, que são antigas, mas podem ser confirmadas por observatórios como o Keck”, argumenta Soummer. “Então, nós potencialmente temos informação sobre o movimento orbital”.
Fonte: http://hypescience.com
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