Cientistas americanos querem missão a Marte em 2018

Com 700 milhões de dólares, especialistas esperam construir orbitador para coletar dados sobre a atmosfera do planeta para futura missão tripulada
Cientistas estão 'quebrando a cabeça' para pensar em missões a Marte com o orçamento reduzido (Nasa)

Depois de lançar o Mars Science Laboratory (MSL), em novembro do ano passado, cientistas da agência espacial americana, a Nasa, anunciaram planos de lançar uma nova missão a Marte em 2018. O anúncio foi feito durante o encontro anual do Grupo de Análise do Programa de Exploração de Marte, em Washington, nos Estados Unidos. Mas, enquanto o MSL tem como objetivo estudar as origens e características de Marte, a nova missão deve se concentrar em formas de facilitar a ida do homem ao planeta.

A notícia veio duas semanas depois que o governo americano anunciou cortes drásticos no orçamento da Nasa e uma mudança de prioridades. A partir de agora, a agência deve se concentrar em desenvolver tecnologias que vão enviar o homem além da órbita da Terra, incluindo Marte. Isso quer dizer que a parte não tripulada do programa marciano (e de outros planetas) deixou de ser uma prioridade.  Uma das missões aventadas durante o encontro seria um orbitador de 700 milhões de dólares.

Os cientistas querem aproveitar o fato de que em 2018 Marte estará mais próximo da Terra, o que reduziria os custos da missão com combustível. A missão seria uma forma de dar continuidade ao programa, mesmo com pouco dinheiro. Por causa dos cortes no orçamento, a Nasa decidiu abandonar o programa ExoMars, tocado junto com a ESA (agência espacial europeia). O plano era enviar um orbitador em 2016 para medir gases na atmosfera e um jipe em 2018 para coleta de amostras. 

Para se ter uma ideia dos cortes propostos, o dinheiro investido nas pesquisas sobre Marte pode cair dos atuais 587 milhões de dólares para 189 milhões em 2015. A Nasa anunciou que já possui duas missões importantes em atividade — o James Webb Telescope, previsto para 2018, e o jipe Mars Science Laboratory — e que, portanto, não poderia se comprometer com grandes projetos. A possível missão em 2018, levantada durante o encontro em Washington, poderia realizar parte dos projetos científicos previstos para o orbitador da ESA, além de realizar medições importantes para o programa de exploração humana. A divisão precisará de mais detalhes sobre a dinâmica da atmosfera marciana antes de tentar colocar astronautas na superfície do planeta.

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