9 incríveis exoplanetas descobertos pelo telescópio espacial Kepler
O telescópio espacial Kepler foi criado para examinar estrelas parecidas com o sol, e buscar planetas que estejam dentro da “zona cachinhos dourados”, ou “zona habitável” dessa estrela, que seria a região do espaço em que a radiação emitida por ela permite que o planeta seja frio o suficiente para que a água não seja apenas vapor, mas não tão frio que esteja congelada. Periodicamente, ele espia cerca de 156.000 estrelas nas constelações do Cisne e da Lira em busca de pequenas variações em sua luminosidade, o que indicaria um planeta passando em frente da estrela. Quase todos os planetas identificados pelo Kepler levam o seu nome e fazem parte do catálogo gerado pelo telescópio. Depois do nome, há um número referente à estrela que foi examinada, e uma letra com inicial minúscula: o planeta mais próximo da estrela recebe a letra “b”, o seguinte, a letra “c”, e assim por diante (a estrela seria o objeto “a”).
Confira alguns dos planetas descobertos por Kepler:
Kepler-10b
Este é um planeta rochoso, denso e quente, com 1,4 vezes o tamanho da Terra. Ele não está na zona cachinhos dourados, já que orbita a sua estrela de forma muito próxima para haver vida como a conhecemos. É tão quente (mais de 1.380°C na superfície) que o ferro do planeta ferve e gra uma “cauda” de ferro e sílica, parecida com a de um cometa. Ele está 20 vezes mais perto da estrela do que Mercúrio do nosso sol, e um ano no Kepler-10b dura 0,84 dias do nosso. Sua densidade deve ser de cerca de 8,8 g/cm³, semelhante à do ferro.
Sistema Kepler-11
Este sistema tem uma estrela parecida com o nosso sol, orbitada por seis planetas. Às vezes dois ou mais planetas passam na frente da estrela juntos, como na concepção artística acima de um trânsito de três planetas. Este evento foi observado pela sonda Kepler em 26 de agosto de 2010. Kepler-11 está a 2.000 anos-luz de distância da Terra.
Compartilhando a órbita
O telescópio Kepler encontrou vários arranjos estranhos de planetas, que sugerem que nosso sistema solar não é a única forma de organizar planetas. Estes dois planetas co-orbitais, localizados no sistema de quatro planetas KOI-730, estão a 120 graus de distância, como enfeites pendurados no céu noturno um do outro. Acredita-se que a lua tenha sido formada a partir da colisão de um planeta co-orbital, Theia, com a Terra, mas antes desta descoberta não havia evidência de planetas co-orbitais.
Kepler-16b, ou Tatooine
Esta é uma das mais famosas descobertas do Kepler, entre outros motivos por que transformou a ficção científica em realidade científica. O planeta, Kepler-16b, orbita uma estrela binária, como o planeta Tatooine de Guerra nas Estrelas. Ele se parece com Saturno, se considerarmos sua massa e composição gasosa, e orbita sua estrela a uma distância semelhante à órbita de Vênus com o sol. As duas estrelas no sistema têm massa equivalente a 20% e 69% da massa do nosso sol. Combinadas, elas não tem a massa do sol, o que faz com que sua órbita seja provavelmente fria, colocando o planeta fora da zona habitável. O planeta também é especial por causa da forma como foi descoberto – as estrelas binárias eclipsantes estavam descartadas da busca por que é mais difícil perceber um planeta nelas.
Kepler-22b
Kepler-22b tem 2,4 vezes o tamanho da Terra, e é o primeiro planeta que está orbitando confortavelmente a zona habitável de uma estrela parecida com o nosso sol. Os cientistas ainda não sabem se o planeta é rochoso, gasoso ou com composição líquida, e é possível que ele tenha nuvens em sua atmosfera, como nesta ilustração.
O planeta mais escuro
Este planeta, a apenas 750 anos-luz de distância, é muito escuro e difícil de ver. Ele é tão escuro que reflete apenas um porcento da luz que o atinge. TrES-2b é mais escuro que o carvão ou qualquer outro planeta ou lua já descoberto. Ele é menos refletivo que uma pintura de tinta acrílico preta. É realmente preto.
Um planeta evaporando na nossa frente
Este planeta, a apenas 1.500 anos-luz da Terra, parece estar evaporando bem na nossa frente. Nos próximos 100 milhões de anos, ele vai se desintegrar completamente. O planeta está orbitando uma estrela catalogada como KIC 12557548 tão perto dela que completa uma órbita em apenas 15 horas, um dos períodos orbitais mais curtos já observados. Esta proximidade gera temperaturas superiores a 3.600 graus na superfície do planeta. Este calor extremo está fazendo com que o material rochoso evapore direto da superfície, formando um vento que o carrega para o espaço como gás e poeira.
Sistema Kepler-35
Kepler-16b acabou não sendo um sistema único. Esta figura do sistema Kepler-35 mostra um planeta do tamanho de Saturno orbitando um par de estrelas do tamanho do sol. A estrela maior tem praticamente o mesmo tamanho do sol, e a menor tem 79% do raio do sol. As estrelas estão eclipsando uma a outra a cada 21 dias, mas as eclipses não são exatamente periódicas. Esta variação no período das eclipses motivou a busca por um planeta no sistema, que foi descoberto transitando as estrelas em uma órbita de 131 dias. A descoberta de Kepler-34 e Kepler-35 estabeleceu uma nova classe de planetas circumbinários, sugerindo que muitos milhões destes sistemas devem existir na Via Láctea.
Kepler-20e e Kepler-20f
Estes são os dois menores planetas encontrados pelo Kepler, e os dois dos mais parecidos com a Terra. Kepler-20e, em cima, orbita sua estrela a cada 6,1 dias, a apenas 7,5 milhões de quilômetros dela. Por conta dessa proximidade, a temperatura superficial do planeta atinge 760°C. Kepler-20f, que está embaixo, tem 1,03 o tamanho da Terra, sendo o exoplaneta mais semelhante em tamanho ao nosso planeta já encontrado. Em termos de massa, ele tem um pouco menos que três vezes a massa da Terra, e está a cerca de 16 milhões de quilômetros de sua estrela (nós estamos a cerca de 149 milhões de quilômetros do sol), o que faz com que sua órbita dure apenas 19,6 dias. Sua temperatura superficial é de cerca de 444°C, mas os astrônomos acreditam que ele deve ter uma atmosfera rica em vapor de água.
Fonte: hypescience.com [PopSci]
Obs.: Todas as imagens do artigo são concepções artísticas, baseadas nos dados obtidos sobre os planetas.
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