O novo planeta e o belo céu do verão

Há pouco tempo os astrônomos do observatório de La Silla, no Chile, anunciaram a descoberta de um planeta na órbita da estrela Alfa da constelação do Centauro. A mais próxima da Terra. Infelizmente o planeta fica perto demais de seu Sol, Alfa Centaurib, e a temperatura em sua superfície é de dois mil graus. Esta semana a mesma equipe descobriu outro planeta semelhante a Terra, mas fica a 42 anos-luz, dez vezes mais distante do que AlfaCentauri Bb. O novo mundo, batizado de HD40307, fica a 90 milhões de quilômetros de seu sol e poderia ter água líquida e condições de vida.

O estudo desses mundos extra-solares vai melhorar com a nova geração de telescópios espaciais, como o James Webb, da Nasa. Sucessor do Hubble, o James Webb poderá analisar a luz desses planetas e confirmar se eles possuem atmosferas respiráveis e água líquida. Enquanto isso, aqui na Terra, o verão se aproxima e as constelações características desta época começam a ficar visíveis no nosso céu. Saem o Escorpião e o Sagitário, que dominam as noites do inverno, e surge o belo quadrilátero de Orion e sua vizinha, a constelação do Touro, que contém um dos mais belos aglomerados de estrelas, as Plêiades.

Júpiter, o maior dos planetas, está visível bem dentro do triângulo formado pelas estrelas do Touro. Ele é um astro brilhante, de cor branco-amarelada, cuja luz não pisca como a das outras estrelas. Atualmente ele aparece acima do horizonte, logo após o pôr do Sol, mas lá para o final do mês ficará mais alto no céu. Com uma luneta ou um binóculo potente dá para ver as luas de Júpiter que encantaram o físico italiano Galileu Galilei em 1610. Foi a partir da observação dessas luas que Galileu concluiu que a Terra não era o centro do Universo, o que desagradou os teólogos da época. Em honra ao primeiro homem que as observou, elas são chamadas de luas galileanas e receberam nomes das namoradas de Júpiter, Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

A exploração espacial revelou que Júpiter tem 67 luas, mas a maioria é formada por asteroides capturados e não minimundos como Io e Europa. Io é um mundo cheio de vulcões ativos e sua superfície tem lagos de enxofre borbulhante, como se fosse uma sucursal do inferno. Já Europa é coberta por um oceano congelado com uma superfície riscada por fendas escuras. Atualmente a sonda espacial Juno, da Nasa, viaja para Júpiter, com a missão de concluir os estudos feitos na década de 1990 pelo robô Galileu.

As plêiades podem ser vistas a olho nu, como um aglomerado de sete estrelinhas. Elas são muito jovens e se formaram a apenas 100 milhões de anos, o que é pouco para estrelas, cujas vidas se medem em bilhões de anos. Elas ainda estão cercadas pelos véus da nebulosa que as criou e são estrelas quentes, azuladas, da classe B. Uma delas, Pleiona, gira tão rápido que é achatada e se encontra a mais de trezentos anos-luz do nosso mundo. Os nomes dessas sete estrelas também foram tirados da mitologia grega: Alcione, Mérope, Atlas, Electra, Maia, Taigeta e Pleiona.

Famosas estrelas
Perto do Touro fica o quadrilátero do Orion, com outro grupo famoso de estrelas, as Três Marias. Elas formam uma linha no centro da constelação e abaixo delas fica uma grande nuvem gasosa, onde novas estrelas estão se formando, a constelação do Orion. As Três Marias ficam bem mais distantes de nós do que as Plêiades, em torno de mil anos-luz. Em volta delas, formando um quadrilátero, encontram-se as estrelas principais de Orion, com a azulada Rigel num dos vértices, e a avermelhada Betelgeuse do outro lado.

Betelgeuse é um sol vermelho gigante e tem uma estrela menor, branco esverdeado orbitando ao redor. Com uma boa luneta você pode reunir os amigos para um churrasco astral, em uma noite clara, e observar as névoas de Orion, o véu azulado das Plêiades e as luas de Júpiter. Júpiter sofreu recentemente o impacto de dois asteroides, que deixaram manchas escuras em seu hemisfério sul. Mas elas só serão visíveis se o seu telescópio for muito bom.
Fonte: http://diariodovale.uol.com.br

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