As erupções solares podem destruir a Terra?
A erupção solar mais forte já registrada até hoje ocorreu no dia 4 de Novembro
de 2003, atingindo um nível X28. [Imagem: ESA and NASA/SOHO]
Há uma necessidade legítima de proteger a Terra das formas mais intensas do
clima espacial, por exemplo, das grandes explosões de energia eletromagnética e
de partículas geradas pelas tempestades solares e pelas ejeções de massa
coronal. Mas documentários recentes, apresentados nos canais de TV a cabo,
transmitiram a ideia de que uma gigantesca "explosão solar apocalíptica" poderia
literalmente torrar a Terra. Para desmistificar essas ideias - isso não é realmente possível - a NASA
divulgou um comunicado, mostrando o que é fato e o que é ficção sobre as
erupções solares.
Impactos do Sol sobre a Terra
A atividade solar está mesmo aumentando, rumo ao que é conhecido como máximo
solar, algo que ocorre aproximadamente a cada 11 anos. No entanto, esse mesmo ciclo solar tem ocorrido ao longo de milhões de anos,
de forma que qualquer pessoa com idade superior a 11 anos já sobreviveu a um
máximo solar, saindo sem ferimentos. E o atual máximo solar é um dos mais suaves
que se tem notícia. Isso não quer dizer que o clima espacial não possa afetar nosso planeta. O calor explosivo de uma labareda solar não pode fazer todo o trajeto até a
Terra, mas a radiação eletromagnética e as partículas energéticas geradas por
esses eventos certamente podem.
As erupções solares podem alterar temporariamente a alta atmosfera, criando
rupturas na transmissão de sinais, digamos, de um satélite de GPS, causando
erros nos dados. Outro fenômeno produzido pelo Sol pode ser ainda mais perturbador. Conhecido como ejeção de massa coronal (CME na sigla em inglês: Coronal
Mass Ejection) estas explosões solares liberam rajadas de partículas
eletromagnéticas que chegam até a atmosfera da Terra. Essas flutuações podem induzir flutuações elétricas ao nível do solo que
poderiam até mesmo explodir transformadores nas redes de energia. As partículas
de uma ejeção de massa coronal também podem colidir com os componentes
eletrônicos de satélites artificiais, interrompendo suas transmissões ou
mesmo danificando circuitos de forma permanente.
A atividade solar está aumentando, rumo ao que é conhecido como
máximo solar - mas o atual máximo solar é um dos mais suaves desde que o Sol
começou a ser monitorado, há mais de 100 anos. [Imagem: David
Hathaway/NASA/MSFC]Clima espacial
Em uma sociedade cada vez mais tecnológica, onde quase todo o mundo depende
dos celulares e o GPS não controla apenas o sistema de mapas nos carros, mas
também a navegação dos aviões e
os relógios extremamente precisos que governam as transações financeiras, o
clima espacial de fato se tornou um assunto sério. Mas é um problema da mesma forma que os furacões são um problema, diz a nota
da NASA. É possível se proteger deles com uma informação prévia e as devidas
precauções. Durante um alerta de furacão, uma pessoa pode não fazer nada e ficar
sujeita a ele - ou pode selar a casa, desligar a eletricidade e tomar outras
providências para minimizar os danos, sem correr o risco de se ferir.
Da mesma forma, os cientistas agora já dispõem de sondas espaciais que monitoram o Sol continuamente, podendo
dar alertas com vários dias de antecedência - as perigosas partículas das
ejeções de massa coronal levam entre dois e quatro dias para nos atingir,
dependendo de sua energia. Um caso realístico de funcionamento desse sistema pôde ser visto
recentemente, quando ocorreram as erupções solares mais fortes do ano. Os mais preocupados podem
acompanhar ao Sol ao vivo pelo celular. O Brasil também já se precaveu, e recentemente o INPE lançou um serviço de previsão do clima espacial. Assim, nossa tecnologia eletroeletrônica está vulneráveis às intempéries
solares, mas também estamos mais alertas. O importante a saber, destaca a NASA, é que, mesmo no pior caso de erupção
solar, as chamas do Sol não são capazes de destruir fisicamente a Terra, e nem
mesmo de torrá-la.
Fonte: Inovação Tecnológica
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