Planetas de diamante são mais preciosos do que o imaginado


A Via Láctea era pensada para ser uma galáxia repleta de planetas de diamante. Mas parece que esses mundos ricos em carbono são muito mais raros do que se imaginava – o que pode ser uma boa notícia para a vida extraterrestre. O material restante do nascimento de uma estrela se torna um disco rodopiante de detritos que podem se aglutinar e formar planetas. Assim, as estrelas que nascem com mais oxigênio do que carbono possuem poucos planetas ricos em diamante, elemento que é uma forma alotrópica do carbono. Foi o que aconteceu em nosso sistema solar, onde os átomos de oxigênio superaram os de carbono por dois a um, explicando por que os planetas terrestres são ricos em oxigênio. Estrelas nascidas com mais carbono que oxigênio, por outro lado, tendem a originar mais planetas formados por carbono.
 
 A pressão interna desses mundos compactaria o elemento, formando uma espessa camada de diamante. Em 2010, com base em observações existentes de estrelas como o Sol, Jade Carter-Bond, da Universidade de New South Wales, em Sydney, na Austrália, estima que um terço de todos os planetas rochosos sejam mundos de carbono. Agora Poul Nissen, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, analisou 33 estrelas como o Sol conhecidas por abrigar planetas. Assim como em observações anteriores, algumas pareciam ter mais carbono que oxigênio, sugerindo que elas poderiam sediar planetas de diamante. Eu fiquei muito desconfiado sobre essas altas taxas de carbono sobre o oxigênio”, diz Nissen. Então, ele fez uma análise mais detalhada dos espectros das estrelas e a comparou com a do próprio Sol.
 
 Ele descobriu que todas as 33 estrelas têm mais oxigênio do que carbono, apoiando a noção de que os planetas de diamantes são muito mais raros do que se pensava. Segundo o novo estudo, há um planeta de diamante para cada mil planetas de silicato, pelo menos na nossa parte da galáxia. Isso é uma boa notícia para os cientistas que procuram por vida fora da Terra. Planetas de carbono provavelmente são secos e sem vida, mas mundos de silicato como o nosso têm muito oxigênio e, portanto, uma melhor chance de abrigar água – um ingrediente chave para a vida como a conhecemos.

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