Estrelas frias confundem fronteira entre estrelas e planetas
Apesar de pequenos e frios como planetas, esses corpos celestes são catalogados
como anãs-marrons.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Estrelas planetárias
Estrelas costumam ser muito quentes. Mas, como nada é para sempre, até mesmo as estrelas esfriam. Por isso, os astrônomos estão constantemente em busca de estrelas cada vez
mais frias, não apenas por curiosidade, mas para entender seu processo de
envelhecimento. Dois anos atrás, o telescópio espacial WISE da NASA descobriu uma nova classe
de corpos celestes muito frios que começaram a confundir a fronteira
entre estrelas e planetas.
No entanto, até agora ninguém sabe exatamente qual é a temperatura na
superfície dessas "estrelas planetárias. Cálculos iniciais sugeriam que elas poderiam ter a mesma temperatura ambiente
da Terra, levantando a hipótese de que essas estrelas frias poderiam ter nuvens. Contudo, um estudo mais aprofundado concluiu que esses corpos celestes são
realmente as estrelas mais frias que se conhece, mas não são tão frias quanto se
pensava. Os novos cálculos apontam para temperaturas entre 120 e 175 graus
Celsius.
Estrelas ou planetas?
Para chegar a temperaturas superficiais tão baixas após resfriarem por
bilhões de anos, essas estrelas devem ter uma massa entre 5 e 20 vezes a massa
de Júpiter. Ao contrário do Sol, a única fonte de energia dessas estrelas frias é a sua
contração gravitacional, que depende diretamente da sua massa. "Se um objeto desses fosse encontrado orbitando uma estrela [em um sistema
binário], há uma boa chance de que ele fosse chamado de planeta," disse Trent
Dupuy, um dos autores do estudo. Mas, como provavelmente se formaram por conta própria, e não em um disco
protoplanetário, os astrônomos ainda chamam esses corpos frios de anãs marrons,
mesmo que tenham uma massa de classe planetária - alguns já sugeriram a criação
de uma classe conhecida como planemos.
Pode esfriar mais
Mas não pense que esta seja a palavra final sobre o assunto. Como só emitem radiação na faixa do infravermelho, para medir sua temperatura
os astrônomos precisam conhecer precisamente sua distância. E a equipe determinou que as anãs marrons em questão estão localizadas a
distâncias entre 20 e 50 anos-luz da Terra, uma faixa grande demais para um
cálculo definitivo. Além disso, este estudo analisou apenas a amostra inicial das anãs marrons
mais frias descobertas pelo telescópio WISE. Outros objetos descobertos nos últimos dois anos continuam a ser estudados, e
novos cálculos deverão ser publicados logo.
Fonte: Inovação Tecnológica
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