Hubble revela uma visão colorida do Universo

Astrônomos usando o Telescópio Espacial Hubble capturaram a mais compreensiva imagem já montada do Universo em evolução – e uma das mais coloridas. O estudo é chamado de Ultraviolet Coverage of the Hubble Ultra Deep Filed (UVUDF). Antes dessa pesquisa, os astrônomos estavam numa posição curiosa. Eles sabiam muito sobre a formação de estrelas que ocorre nas galáxias próximas, graças aos telescópios de UV como o Observatório Galex da NASA, que operou de 2003 a 2013. 

E graças, à capacidade de obter imagens no visível e no infravermelho próximo do Hubble, eles também estudaram o nascimento das estrelas nas galáxias mais distantes. Nós vemos essas distantes galáxias em seus estágios mais primitivos devido à vasta quantidade de tempo que a luz leva para nos atingir.

Contudo, entre 5 a 10 bilhões de anos-luz de distância de nós – correspondendo a um período de tempo quando as estrelas mais distantes do universo nasceram – existe uma falta de dados necessários para compreender por completo a formação das estrelas. 

As estrelas mais quentes e mais massivas, que emitem luz no ultravioleta, foram negligenciadas como objetos de observação direta, deixando um vazio significante no nosso conhecimento da linha de tempo do universo. A adição dos dados ultravioletas do Hubble Ultra Deep Field, usando a Wide Field Camera 3 do Hubble, deu aos astrônomos o acesso a observações diretas das regiões de formação de estrelas não obscurecidas, e pode nos ajudar a entendermos completamente como as estrelas se formaram.

Observando nesses comprimentos de onda, os pesquisadores conseguiram uma visão direta sobre quais galáxias estão formando estrelas e, tão importante, onde as estrelas estão se formando. Isso permite aos astrônomos entenderem como as galáxias como a Via Láctea crescem em tamanho, desde pequenas coleções de estrelas muito quentes até as massivas estruturas que elas são hoje. 

O pedaço do céu nessa imagem já havia sido imageado anteriormente pelos astrônomos numa série de exposições do visível e do infravermelho próximo feitas de 2004 a 2009: o Hubble Ultra Deep Filed. Agora, com a adição da luz ultravioleta, eles combinaram o intervalo completo de cores disponíveis para o Hubble, indo desde o ultravioleta até o infravermelho próximo.

A imagem resultante, feita com 841 órbitas de tempo de observação do telescópio, contendo aproximadamente 10000 galáxias, chegando a poucas centenas de milhões de anos do Big Bang. Como a atmosfera do planeta Terra filtra a maior parte da luz ultravioleta, esse tipo de trabalho só pode ser realizado com telescópios espaciais como o Hubble. 

Pesquisas em ultravioleta como essa são incrivelmente importantes no planejamento para o Telescópio Espacial James Webb, já que o Hubble é o único telescópio atualmente capaz de obter os dados ultravioletas que os pesquisadores precisarão para combinar com os dados de infravermelho do JWST. A imagem Hubble Ultra Deep Field de 2014 é uma composição de exposições separadas feitas de 2003 até 2012 com a Advanced Camera for Surveys e a Wide Field Camera 3 do Hubble.

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