Sofia da NASSA encontra elo perdido entre supernovas e formação planetária

Os dados do SOFIA revelam poeira quente (branco) que sobrevive dentro de um remanescente de supernova. A nuvem de Sagitário A Este é aqui vista em raios-X (azul). A emissão de rádio (vermelho) mostra onde de choque em expansão que colidem com as nuvens interestelares nos arredores (verde). Crédito: NASA/CXO/Herschel/VLA/Lau et al

Usando o observatório SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) da NASA, uma equipa científica internacional descobriu que as supernovas são capazes de produzir uma quantidade substancial de material a partir do qual planetas como a Terra se podem formar. Estes resultados foram publicados na edição de 19 de março da revista Science. As nossas observações revelam, em particular, que uma nuvem produzida por uma explosão de supernova há 10.000 anos atrás contém poeira suficiente para fabricar 7000 Terras," afirma Ryan Lau da Universidade de Cornell em Ithaca,

Nova Iorque, EUA. A equipa de pesquisa, liderada por Lau, usou o telescópio aéreo SOFIA e a sua câmara FORCAST (Faint Object InfraRed CAmera for the SOFIA Telescope), para obter imagens infravermelhas de uma nuvem interestelar conhecida como Remanescente de Supernova de Sagitário A Este. A equipa usou os dados do SOFIA para estimar a massa total de poeira na nuvem a partir da intensidade da sua emissão. A investigação exigiu medições em comprimentos de onda infravermelhos e longos a fim de atravessar as nuvens interestelares intervenientes e detetar a radiação emitida pela poeira da supernova.



Poeira do remanescente de supernova detetada pelo SOFIA (amarelo) sobrevive longe do gás mais quente em raios-X (púrpura). A elipse vermelha contorna a onda de choque da supernova. A inserção mostra uma imagem ampliada da poeira (laranja) e a emissão gasosa (azul). Crédito: NASA/CXO/Lau et al

Os astrónomos já tinham evidências de que ondas de choque de uma supernova (para fora) podiam produzir quantidades significativas de poeira. Até agora, uma questão-chave era saber se as partículas de poeira conseguiam sobreviver a uma subsequente onda de choque (para dentro) gerada quando a primeira colide com o gás e a poeira interestelar dos arredores. A poeira sobreviveu o segundo 'ataque' de ondas de choque da explosão de supernova e está agora a seguir para o meio interestelar onde pode tornar-se parte da 'semente' de novas estrelas e planetas," explica Lau. Estes resultados também revelam a possibilidade de que a grande quantidade de poeira observada em galáxias distantes e jovens pode ter sido criada por explosões de supernova de estrelas maciças e antigas, pois nenhum outro mecanismo conhecido pode ter produzido assim tanta poeira.

"Esta descoberta é um marco especial para o SOFIA, pois demonstra como as observações da nossa própria Via Láctea podem suportar diretamente o nosso conhecimento da evolução de galáxias a milhares de milhões de anos-luz de distância," afirma Pamela Marcum, cientista do projeto SOFIA no Centro de Pesquisa Ames em Moffett Field, no estado americano da Califórnia. O SOFIA é um avião Boeing 747 altamente modificado que transporta um telescópio com um diâmetro efetivo de 100 polegadas (2,5 metros) até altitudes entre 12 e 14 km. O SOFIA é um projeto conjunto da NASA e do Centro Aeroespacial Alemão.
Fonte: Astronomia Online

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