Três supernovas explodiram em sequência e criaram uma bolha tripla de gás em expansão
É como se fosse uma matriosca, uma daquelas bonecas russas que tem outras bonecas idênticas dentro, assim foi descrita a descoberta dos restos de três supernovas consecutivas. O grupo de astrônomos liderados pelos pesquisadores do Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) estava examinando a galáxia M33, no grupo local, e usando um programa chamado BUBBLY, feito para detectar bolhas de gás em expansão, quando se deparou com a descoberta única, uma bolha tripla.
O que o grupo estava procurando eram superbolhas, o resultado da fusão de várias bolhas de gás em expansão, e que são encontrados em torno de aglomerados jovens de estrelas, quando acabou encontrando por acaso esta tripla bolha. Estas bolhas também guardam seus mistérios. Um deles é que a massa medida para as conchas é de centenas de vezes a massa do sol, só que supernovas expelem massas de dezenas de sóis, não centenas. De onde vem a massa destas bolhas, principalmente a massa da segunda e terceira bolhas, depois que a primeira varreu todo o gás no caminho?
A resposta deve estar no gás que rodeia as supernovas e na não-homogeneidade do meio interestelar. Devem haver massas mais densas de gás, cercadas de espaço com menor densidade de matéria. Uma supernova não consegue varrer estas bolhas, mas apenas arrancar a parte externa, deixando alguma coisa para trás, que as outras supernovas também arrancaram por sua vez. E na esteira da descoberta, outros mistérios são desvendados. A presença destas bolhas explica por que a formação de estrelas tem sido mais lenta que os modelos de evolução galáctica preveem. Sem estas bolhas, as galáxias espirais teriam vida muito curta, e nossa própria existência seria improvável.
A ideia de que o meio interestelar não era tão homogêneo não é nova, e esta tripla bolha permite visualizar de forma bem clara a estrutura e o processo de feedback. Os resultados ajudarão os físicos teóricos que trabalham no processo de feedback a ter uma melhor compreensão de como este processo funciona em todos os discos galácticos.
Fonte: Hypescience.com
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