No coração da Eta Carinae

A nuvem de gás e poeira em torno da estrela (à esq.) e detalhe da Eta Carinae: colisão de ventos estelares a 10 milhões de km/h

Com o emprego de técnicas de interferometria na faixa do infravermelho que geram uma nitidez 50 mil vezes maior do que a do olho humano, uma equipe de astrofísicos, coordenada por Gerd Weigelt do Instituto Max Planck de Radioastronomia de Bonn, observou detalhes inéditos da Eta Carinae, sistema composto por duas estrelas de alta massa (Astronomy & Astrophysics, 19 de outubro). Os pesquisadores obtiveram imagens do ponto em que os ventos das estrelas (átomos de sua superfície empurrados pela luz) colidem e calcularam a velocidade em que ocorre o choque, de cerca de 10 milhões de quilômetros por hora. A estrela principal e maior, a Eta Carinae A, tem aproximadamente 100 massas solares e é 5 milhões de vezes mais luminosa do que o Sol.

A secundária, a Eta Carinae B, é dois terços menor e 10 vezes menos brilhante do que a irmã maior. “As atuais observações permitiram mapear a zona de colisão de ventos e demonstram que entendemos os parâmetros básicos do sistema binário”, comenta Augusto Damineli, astrofísico da Universidade de São Paulo (USP), um dos três brasileiros que participaram do trabalho. A Eta Carinae se encontra envolta por uma densa nuvem de gás e poeira, no formato de dois lóbulos, denominada Homúnculo. Essa particularidade dificulta ainda mais a sua observação. As novas imagens do sistema foram obtidas pelo interferômetro do telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul (ESO).
Fonte: Pesquisa Fapesp

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