SS Cyg: explosões rápidas de gás são reveladas em anãs brancas pela primeira vez
Em fevereiro de 2016, a erupção anômala da nova anã SS Cyg durou mais de 3 semanas. Este comportamento explosivo no rádio foi visto durante todo o evento, estando o momento mais intrigante situado no fim, onde uma única erupção, rápida, luminosa e gigante, atingiu um pico de ~20 mJy e durou 15 minutos. Esta é a primeira vez que tal erupção foi observada em SS Cyg. As erupções rápidas são definidas como variações intensas, súbitas e rápidas no brilho. Crédito: Universidade de Oxford
Explosões incrivelmente rápidas de gás a partir de um sistema estelar com uma anã branca foram detectados pela primeira vez por cientistas da Universidade de Oxford. Como a primeira vez que o fenômeno é observado, os cientistas sugerem que o entendimento de tais sistemas, dos hábitos estelares e suas capacidades ainda permanecem incompletos.
As Novas Anãs (objetos parecidos com SS Cyg, que contêm uma estrela tipo-Sol em órbita de uma anã branca) são bem conhecidas pelo seu comportamento explosivo e repetitivo, porém de baixo nível e nunca anteriormente tendo sido observadas com escalas de erupções rápidas.
Os cientistas já anteriormente observaram a existência de erupções em anãs brancas, estrelas de nêutrons e até mesmo em buracos negros enormes que residem em outras galáxias. Estas estrelas alimentam-se principalmente de gás oriundo das suas estrelas companheiras através do processo de acreção (onde uma grande quantidade de gás é acumulada através da força gravitacional). Ocasionalmente, estas estrelas “vomitam” algum do gás sob a forma de jatos, que são poderosas emissões gasosas restritas a um único fluxo cônico e estreito.
As observações iniciais da atividade de SS Cyg, em fevereiro de 2016, foram consideradas atípicas, mas análises telescópicas posteriores desvendaram a intrigante revelação das erupções rápidas. O comportamento mais fascinante e inesperado foi observado no espectro das ondas de rádio, mais para o final da explosão, quando se observou uma erupção “gigante”. Com a duração de menos de 15 minutos, o evento teve uma energia superior a um milhão de vezes as explosões solares mais fortes. O nível de dados, no rádio, registados durante a erupção não tem precedentes para sistemas de Novas Anãs e é consistente com o esperado de um jato.
Dr. Kunal Mooley, pesquisador de astrofísica, membro da Universidade de Oxford, que liderou a pesquisa, declarou:
Muitos dos estudos mais convincentes da astrofísica tiveram por base o estudo de SS Cyg. O mais recente, a detecção de uma erupção rápida no rádio, especialmente uma explosão brilhante e veloz no final do evento, é altamente incomum e nos mostra que poderá estar em jogo uma nova física. Esperávamos ver erupções de variação lenta, mas encontramos picos de atividade, rápidos e em forma de cone, e observamos uma quantidade enorme de energia a ser liberada em um intervalo de tempo tão curto quanto dez minutos. Nada como isto tinha sido visto antes em um sistema de Nova Anã.Seguindo em frente, os físicos teóricos devem trabalhar com os observadores afim de encontrar a resposta para o porquê destas explosões rápidas ocorrerem em SS Cyg. Para realmente compreender o processo de acreção de gás e expulsão de gás em sistemas com anãs brancas, especialmente em Novas Anãs, devemos realizar estudos similares em outros sistemas astrofísicos.
Descoberto há mais de cem anos, o sistema SS Cyg tem sido estudado extensivamente pelos astrônomos. Esse sistema estelar continua a fornecer novas informações sobre os processos físicos associados com sistemas binários de anãs brancas, como aqueles encontrados pelo time do Dr. Mooley.
O Dr. Mooley e o seu time em Oxford estão agora conduzindo mais análises, trabalhando para construir um corpo de eventos conclusivos sobre o comportamento de novas anãs e estabelecer se são, de fato, capazes de lançar jatos poderosos.
Fontes: Eternos Aprendizes - http://eternosaprendizes.com
Phys.org
MNRAS
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