Expansão da aceleração do Universo sofre novo revés
O modelo que dá sustentação à expansão do Universo não leva em conta as características básicas do Universo real.[Imagem: Andrew Pontzen/Fabio Governato]
Expansão das críticas
A expansão acelerada do Universo pode não ser real, podendo
ser apenas um efeito aparente. Isto é o que defende uma nova pesquisa feita por um grupo da
Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e que vem dar corpo a uma
tendência crescente na comunidade científica de questionar a aceleração da
expansão do Universo.
Embora a aceleração da expansão do Universo tenha si do
premiada com o Nobel de Física em 2011, nessa época já surgiam as primeiras
dúvidas, que foram reforçadas conforme se descobriu que o elemento crucial
usado nas medições, as chamadas supernovas tipo Ia, não eram todas iguais.
Lawrence Dam e seus colegas constataram agora que as
supernovas tipo Ia se encaixam perfeitamente em um modelo de Universo que
dispensa a energia escura - na verdade, o modelo é ligeiramente melhor quanto à
forma como as supernovas se ajustam ao modelo padrão com energia escura.
A propósito, a energia escura, que hoje se assume como
respondendo por aproximadamente 70% do conteúdo material do Universo, é
essencialmente um nome colocado para segurar o lugar enquanto não se descobre a
física desconhecida que explicaria as primeiras observações das supernovas.
Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo
revés
Todos os esforços para observação da Energia Escura até
agora foram em vão.
Universo vazio
Os modelos atuais do Universo exigem este termo
"energia escura" para preencher o lugar da causa da aceleração
observada na taxa em que o Universo estaria se expandindo. Os cientistas
baseiam essa conclusão em medições das distâncias das explosões de supernovas,
que parecem estar mais distantes do que deveriam estar se a expansão do
Universo não estivesse se acelerando.
No entanto, a significância estatística dessa assinatura de
aceleração cósmica tem sido cada vez mais questionada nos últimos anos. O
debate tem essencialmente contraposto o modelo cosmológico mais aceito,
conhecido como CDM (Lambda Cold Dark Matter), contra o modelo de um Universo
vazio cuja expansão não acelera nem desacelera. Os dois modelos assumem uma lei
simplificada de expansão cósmica que já dura 100 anos, baseada nas equações da
chamada Lei de Friedmann (Alexander Friedmann, 1888-1925).
A equação de Friedmann assume uma expansão idêntica à de uma
"sopa" sem qualquer característica e sem qualquer estrutura
complicadora. No entanto, o Universo presente contém uma rede cósmica complexa
de aglomerados de galáxias em folhas e filamentos envolvendo vastos vazios - a
chamada teia cósmica.
"O debate passado perdeu um ponto essencial: Se a
energia escura não existe, então uma alternativa provável é que a lei de
expansão média não siga a equação de Friedmann," explicou o professor
David Wiltshire, membro da equipe.
Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo
revés
Há cosmologistas que vão ainda mais longe, defendendo que o
Universo não está nem mesmo se expandindo, menos ainda se acelerando.
Cosmologia do horizonte temporal
Para levar em conta que o Universo está longe de ser
insosso, a equipe comparou o modelo cosmológico padrão (CDM) não com um
universo vazio, mas com um modelo chamado de "cosmologia do horizonte
temporal".
Esse modelo não tem energia escura. Em vez disso, os
relógios carregados por observadores em diferentes galáxias diferem do relógio
que melhor descreve a expansão média, uma vez que a "granulosidade"
da estrutura do Universo se torna significativa. Se um pesquisador vai inferir
ou não a existência de uma aceleração da expansão do Universo vai depender
crucialmente de qual relógio ele está usando.
A equipe demonstrou que a cosmologia do horizonte temporal
explica ligeiramente melhor o maior catálogo de dados de supernovas do que a
cosmologia padrão mais aceita.
Infelizmente, as evidências estatísticas ainda não são
suficientemente fortes para descartar definitivamente um modelo ou outro, mas
futuras missões de observação, como a sonda espacial Euclid, da Agência
Espacial Europeia, terão capacidade para distinguir entre a cosmologia padrão e
outros modelos, e ajudar os cientistas a decidir se a energia escura precisa
continuar segurando o lugar para alguma nova física, ou se sequer há lugar para
ser segurado.
Além de demonstrações desse tipo, envolvendo as supernovas,
outros pesquisadores questionam o modelo da energia escura contrapondo a
mecânica quântica com a relatividade geral ou usando os dados da radiação
cósmica de fundo:
Fonte: Inovação Tecnológica
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