NASA projeta robô para pousar em Plutão

A imagem mostra a linha de tempo de entrada em Plutão: (1) Aproximação em velocidade interplanetária de aproximadamente 50.000 km/h (14 km/s); (2) lançamento do desacelerador; (3) entrada e descida através da atmosfera; (4) separação, giro e pouso; e (6) saltos para exploração superficial.[Imagem: L. Calçada (ESO)/GAC]

Arrasto aerodinâmico

Contratada pela NASA, a empresa GAC (Global Aerospace Corporation) desenvolveu o conceito de uma sonda espacial para pousar em Plutão. Se antes ir a Plutão era uma curiosidade científica - todos os planetas já haviam sido visitados -, agora essa curiosidade aumentou muito com os resultados obtidos pela sonda New Horizons, que mostrou um planeta-anão extremamente rico em formações geológicas e com estruturas que ainda estão fazendo os cientistas coçarem a cabeça em busca de hipóteses para explicá-las.

Ao contrário da New Horizons, que apenas passou chispando por Plutão, a ideia é desacelerar usando o atrito com a fina atmosfera de Plutão e então pousar suavemente. A pressão [atmosférica] na superfície de Plutão é apenas 10 milionésimos a da Terra, mas sua atmosfera é extremamente espalhada, estendendo-se por 1.600 km acima da superfície," explicou o professor Benjamin Goldman, idealizador do projeto.

"Essa atmosfera estendida e de densidade ultrabaixa é ideal para dissipar grandes quantidades de energia cinética por meio do arrasto aerodinâmico, mas a chave é fazer a área de arrasto muito grande, ao mesmo tempo mantendo o peso do sistema no mínimo."
Ou seja, a sonda não precisará apenas ser leve - ela deverá ser enorme, com uma área superficial equivalente a um campo de futebol. Essa área será fornecida pelo desacelerador, que irá se abrir na aproximação final ao planeta anão.

Robô saltador

Depois de pousar, o veículo passará para um "modo salto", tirando proveito da baixa força gravitacional do planeta anão. Esses saltos gastarão pouco combustível, tornando essa uma alternativa mais interessante do que um sistema de rodas e motores elétricos, que teriam que ser alimentados por fonte nuclear, já que Plutão está distante demais do Sol para usar painéis solares. Cada disparo do foguete deverá levar a sonda a centenas ou mesmo milhares de quilômetros de distância, o que permitirá estudar várias formações geológicas.
Se a tecnologia for aprovada pelo Escritório de Estudos Avançados da NASA, o próximo passo consistirá no desenvolvimento de um protótipo em pequena escala, a ser lançado da Estação Espacial Internacional como um cubesat. Na hipótese mais otimista, a missão poderia estar pronta para ir a Plutão em 12 anos.
Fonte: Inovação tecnológica

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