Nasa confirma visita de asteroide interestelar ao Sistema Solar
Acontecimento, sem precedentes na história de observação da
agência, levanta a hipótese sobre a intercomunicação entre mundos estelares
diferentes
A Nasa confirmou a presença do primeiro asteroide
interstelar, vindo de outra galáxia, em nosso sistema solar. O asteroide de
formato alongado e composição rochosa começou a ser observado na Via Láctea
desde outubro pela agencia espacial. Os cientistas da Nasa afirmam que este é caso sem
precedentes na história de observação da agência. A presença dele levanta a
hipótese sobre a intercomunicação entre mundos estelares diferentes.
As informações sobre o asteroide visitante foram publicadas
na revista científica Nature e no site da agência. O objeto ganhou o nome de
Oumuamua, que quer dizer mensageiro em havaiano. O asteroide tem 400 metros de comprimento. A forma do
Oumuamua também chama atenção. Segundo a Nasa, é um formato incomum também não
encontrado anteriormente em cerca de 750 mil asteroides e cometas observados
agora no sistema solar que abriga a Terra.
Ele é maior que qualquer asteróide ou cometa observado na
Via Lactea até agora segundo os astronomos que trabalham na observação do
Oumuamua.
A Nasa já confirmou que a órbita do asteroide não foi
originada dentro do nosso sistema solar e agora os cientistas acreditam que um
asteroide interestelar similar a este passe anualmente dentro da Via Lactea.
Mas outros como este ainda não haviam sido detectados, porque só recentemente
os chamados telescópios de rastreio, como a Pan-STARRS, têm a potência e
precisão necessárias para descobri-los.
“Durante décadas nós temos a teoria de que tais objetos
interestelares estão lá fora, e agora – pela primeira vez – temos evidência
direta de que eles existem”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da
Diretoria de Missões Científicas da Nasa em Washington, em um artigo publicado
no site da Agência.
Segundo ele, a descoberta está abrindo uma nova janela para
estudar a formação de sistemas solares além do nosso próprio. Telescópios de vários lugares do mundo detectaram o
asteroide, entre eles o Very Large Telescope do Chile, mas o Instituto de
Astronomia no Havai fez as maiores descobertas sobre ele, cruzando dados
recebidos de satélites e telescópios terrestres.
A equipe do Havai, liderada por Karen Meech, foi a primeira
a visualizar o asteroide e descobriu que o Oumuamua gira sobre seu eixo a cada
7,3 horas. Além disso ele tem intensidade de luz (brilho) variante.
Segundo a Nasa, nenhum asteroide conhecido ou cometa do nosso sistema solar
varia muito em brilho, com uma grande relação entre tal comprimento e largura.
Tais características sugerem que ele seja denso e composto
por metais de rocha e, possivelmente, não tem água ou gelo. Sua superfície foi
avermelhada devido aos efeitos da irradiação de raios cósmicos de mais de
centenas de milhões de anos.
Oumuamua já está se afastando da Terra. Ele viaja a cerca de
85.700 milhas por hora (38,3 quilômetros por segundo). Ele vai viajar para além
da órbita de Saturno em janeiro 2019 e depois deixará a Via Lactea. Segundo a
Nasa, Oumuamua irá em direção a constelação de Pegasus.
Fonte: https://exame.abril.com.br
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