Que surpresas tem para nós o exoplaneta mais próximo da Terra?
Em 2008, os astrônomos comprovaram que a estrela mais
próxima ao nosso planeta, Proxima Centauri, contém na sua constelação um
planeta. Mais tarde, foi revelado que este planeta se encontra na
"zona habitável", os cientistas inspirados começaram a apresentar
hipóteses sobre a existência de vida neste planeta.
Sonhando com a Terra 2.0
Desde o fim do século XX, os astrônomos buscam ativamente e
tentam examinar os planetas potencialmente habitados no espaço longínquo. Até
hoje, temos quase 4.000 mil exoplanetas descobertos. São exoplanetas porque
ficam fora do Sistema Solar. O mais próximo de nós é o Próxima b, está apenas a
4,22 anos-luz da Terra e suscita interesse especial dos cientistas.
Sobre a possibilidade da existência deste exoplaneta
comunicaram pela primeira vez em 2013 os astrônomos do Observatório Europeu do
Sul. Como resultado de várias pesquisas e observações, em 2016 sua existência
foi comprovada.
Os exoplanetas são difíceis de ser detectados: eles são
fortemente ofuscados pelas estrelas. Primeiro, porque são menores do que as
estrelas e segundo, porque não emitem sua própria luz. Por isso os astrônomos
vêm não o planeta, mas o modo como este influencia a estrela. Este é o método
de trânsito. Outro método para observar os planetas se baseia em que o planeta
que gira em torno da estrela fá-la oscilar um pouco. Usando ambos os métodos,
se pode determinar o tamanho e a massa do objeto.
Os parâmetros do Proxima b resultaram muito parecidos aos do
nosso planeta. A massa é 1,3 vezes maior e seu raio 1,1 vezes. O entusiasmo
principal foi provocado pelo fato de o exoplaneta ficar na assim chamada
"zona habitável", ou seja, as condições no planeta são muito
parecidas às da Terra e permitem a existência de água em estado líquido. Em
seguida os cientistas supuseram a existência lá de oceanos e lagos. Alguns até
começaram a falar sobre uma Terra 2.0. Mas logo seu entusiasmo foi acalmado.
Ainda há muita coisa para estudar
Para que exista vida ter que haver água, o que significa que
a temperatura na superfície do planeta tem que ser maior que zero. O Proxima b
está situado bem próximo de sua estrela (muito mais próximo do que Mercúrio do
Sol). Mas essa estrela é uma anã vermelha e sua temperatura e luminosidade são
menores que as do Sol.
Devido à sua proximidade a estrela, Proxima b gira junto com
ela, o que significa que está virada apenas com um lado para o astro, como a
Lua para a Terra. Como resultado, uma metade do planeta se aquece muito rápido,
enquanto a outra fica sem calor, mas tem zonas na fronteira entre o calor e o
frio, cujas condições com alguma reserva podem ser consideradas aptas para a
vida.
"É importante entender que se trata de formas de vida
parecidas a nossa, quer dizer, de formas de carbono. Claro que podem existir
outras, completamente diferentes. O problema é que enquanto as pessoas não
entenderem de que formas se trata será bem difícil descobri-las. Por isso os cientistas
são obrigados a se orientarem por uma vida extraterrestre parecida com a
nossa", explicou Valery Shematovich, pesquisador-chefe do Sistema Solar do
Instituto de Astronomia da Academia das Ciências da Rússia.
O desafio principal para a vida no Proxima b é a alta
atividade de sua estrela: o planeta recebe 240 vezes mais raios-X do que a
Terra e a radiação de altas energias é cerca de 30 vezes maior. Infelizmente,
os equipamentos astronômicos atuais não permitem perceber se o Proxima b tem
atmosfera. Se sim, a probabilidade de encontrar vida aumenta. No entanto, sem
um "manto de proteção" a anã vermelha já deveria ter queimado tudo no
seu planeta.
"A Proxima Centauri pertence à classe das anãs
vermelhas. Quando tais estrelas aparecem, são muito ativas, iluminam muito na
banda ultravioleta e de raios-X. Acredito que o vento sideral teria
literalmente varrido a atmosfera do planeta, mesmo se ela existisse. Mas é
apenas uma teoria. Temos de aguardar por instrumentos mais poderosos para
obscurecer bem a estrela e examinar melhor o Proxima b", resumiu o
analista.
Fonte: https://br.sputniknews.com
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