Planetas são maiores do que os discos que os originam?
Esta
é uma concepção artística de uma estrela jovem rodeada por um disco
protoplanetário, no qual hipoteticamente os planetas se formariam. [Imagem:
ESO/L. Calçada]
Formação dos planetas
Os astrônomos acreditam que
os planetas se formam quando o material que restou da formação de uma estrela,
e que fica circundando essa estrela, acaba se aglomerando. Ninguém sabe exatamente por
meio de que processo ou mecanismo essa poeira se aglomera, já que é igualmente
plausível propor que ela se esfacelaria cada vez mais à medida que os grânulos
vão se chocando.
Assim, ao menos por enquanto,
os cientistas se contentam em dizer que isso acontece "ao longo de milhões
de anos", já que um bocado de coisas pode acontecer em um milhão de anos,
ainda que não tenhamos conseguido imaginar exatamente o quê. Mas a coisa ficou um
pouquinho mais complicada quando Carlo Manara e seus colegas do ESO
(Observatório Europeu do Sul) se dispuseram justamente a tentar encontrar
alguma pista sobre o que pode levar à formação planetária a partir de um disco
protoplanetário.
Eles estavam fazendo isto
invertendo a equação: Partindo da massa dos planetas, eles queriam calcular
quanto de material deveria haver nos discos protoplanetários que lhes deram
origem. Isso se tornou possível
graças a telescópios como o ALMA, um gigantesco radiotelescópio de antenas
móveis que funciona no Chile, e que conseguiu fazer as primeiras imagens de
discos de formação de planetas, permitindo fazer cálculos sobre a massa desses
discos - hoje já se conhecem muitos deles.
Procura-se teoria melhor
O problema é que a conta não
fechou, mesmo depois que a equipe comparou as massas de centenas de exoplanetas
e discos protoplanetários: A massa dos planetas é muito maior do que a massa
dos discos. Ou seja, os discos
protoplanetários não têm massa suficiente para dar origem aos planetas,
indicando que os planetas podem estar se formando por processos que ainda nem
conseguimos imaginar.
Os autores sugerem que uma de
duas coisas poderia estar acontecendo: pode haver material nos discos que
nossos instrumentos não conseguem enxergar, ou os discos são de alguma forma
reabastecidos, pela própria estrela ou por estrelas vizinhas - estrelas geralmente
se formam em grupos, nos chamados "berçários estelares. Qualquer que seja o caso, as
alternativas desafiam o paradigma atual da formação dos planetas.
Fonte: Inovação Tecnológica
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