Objeto misterioso é encontrado nos confins do Sistema Solar
Corpo poderia fornecer
informações importantes sobre como os planetas são formados
REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DO
NOVO OBJETO ENCONTRADO NO CINTURÃO DE KUIPER (FOTO: KO ARIMATSU)
Cientistas do Observatório
Astronômico Nacional do Japão descobriram um objeto pairando na borda do
Sistema Solar, no Cinturão de Kuiper. O corpo celestial poderia ajudar a
esclarecer como os planetas se formam, além de resolver um mistério de décadas
sobre onde esses objetos estavam escondidos.
Usando dois telescópios de 28
centímetros no telhado de um prédio, eles encontraram o corpo de 1,3 quilômetro
de raio. A técnica aplicada foi a ocultação, na qual objetos são observados se
movendo na frente de estrelas. Quando o objeto passa, ele bloqueia a luz da
estrela. Para encontrar este item, foram analisadas duas mil estrelas por 60
horas.
"Nossa equipe tinha
menos de 0,3% do orçamento de grandes projetos internacionais, e nem tínhamos
dinheiro suficiente para construir uma segunda cúpula para proteger nosso
segundo telescópio, mas ainda assim conseguimos fazer uma grande descoberta",
comentou Ko Arimatsu, que liderou o projeto, em entrevista à Forbes.
O corpo encontrado mede
apenas 2,6 quilômetros de diâmetro. Segundo a pesquisa, publicada na Nature
Astronomy, a descoberta sustenta modelos de que pequenos planetas começaram
como objetos do tamanho de quilômetros antes de crescerem muito.
É a primeira vez que tal
corpo é observado, apesar de ter sido previsto por mais de 70 anos. Ele foi
encontrado no Cinturão de Kuiper, onde há vários pequenos objetos flutuando –
considerados remanescentes do Sistema Solar primitivo. Por serem tão distantes
e quase não afetados pela radiação e pelos planetas maiores, ainda são, em
grande parte, o que teriam sido naqueles dias.
Com isso, os astrônomos
acreditam que poderiam "voltar no tempo" para entender a formação dos
planetas. A descoberta também indica que os objetos que serão eventualmente
transformados em planetas se formam em aglomerados do tamanho de um quilômetro
antes de se unirem.
Fonte: Galileu
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