Não vai ter supernova? Lentamente, Betelgeuse recupera o seu brilho
A
estrela da constelação de Órion, que ficou 25% mais escura nos últimos meses,
vem recuperando seu brilho de acordo com observações. Parece que não vai ser
dessa vez que veremos uma explosão
Foi só um susto? Não teremos
uma explosão de supernova na nossa vizinhança espacial? As últimas observações
de Betelgeuse constataram que a estrela vermelha gigante está recuperando seu
brilho. Isso pode significar que ela não está chegando a um fim prematuro, como
esperavam alguns astrônomos.
Betelgeuse fica na
constelação de Órion (mais precisamente, no “sovaco” do caçador mitológico, por
assim dizer...), a cerca de 700 anos-luz de distância da Terra. Como é uma
estrela muito grande (com cerca de 10 a 25 vezes a massa do Sol) a sua
expectativa de vida é baixa, e quando a intensidade do seu brilho começou a
baixar rapidamente no final de 2019, muitos pesquisadores acharam que
poderíamos conferir um dos eventos mais incríveis do universo.
Atualmente, Betelgeuse tem
entre 8 e 8,5 milhões de anos, e viu seus melhores dias há cerca de 1 milhão de
anos. Nosso Sol, por exemplo, tem 4,6 bilhões de anos e está na metade da sua
vida. Há 40 mil anos, a estrela esfriou e explodiu em uma supergigante
vermelha, e agora ficou sem hidrogênio em seu núcleo e está fundindo hélio em
carbono e oxigênio.
Eventualmente, a estrela
fundirá elementos cada vez mais pesados, resultando em um acúmulo de ferro que
causará o colapso do núcleo, antes de se recuperar em um dos eventos mais
incríveis do universo, uma explosão que poderia ser mais brilhante que a lua e
até visível durante o dia, uma supernova.
Embora Betelgeuse tenha
brilho variável, seu escurecimento recente foi muito mais profundo do que
qualquer outro observado anteriormente - entre setembro de 2019 e janeiro de
2020, diminuiu 25%. Agora, a estrela parece estar simplesmente retornando a um
nível de brilho mais normal, com um tempo consistente com o ciclo de
variabilidade.
"Com base em observações
adicionais, Betelgeuse definitivamente parou de escurecer e começou a clarear
lentamente. Assim, esse episódio de 'desmaio' acabou, mas é necessária
fotometria adicional para definir a fase de clareamento", afirma um artigo
publicado no Astronomers Telegram.
Mas fica a dúvida: o que
causou o escurecimento? As possibilidades estão sendo investigadas, e uma delas
tem a ver com o resfriamento na superfície estelar. Algo realmente estranho
teria que estar acontecendo em Betelgeuse para que isso acontecesse, segundo os
astrônomos, mas não é impossível.
Outra possibilidade é que uma
nuvem de poeira gigante tenha sido ejetada da estrela em nossa direção.
Estrelas gigantes vermelhas criam e ejetam grandes quantidades de material
muito antes de se tornarem supernovas, e imagens infravermelhas mostram
Betelgeuse cercada por nuvens de poeira. Ambas as explicações seriam
consistentes com a assimetria do escurecimento, vista em imagens obtidas em
dezembro de 2019.
"Observações de todos os
tipos continuam sendo necessárias para entender a natureza desse episódio de
escurecimento sem precedentes e o que essa estrela surpreendente fará a
seguir", escreveram os astrônomos.
Fonte: Olhar Digital
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