Nebulosa Planetária CVMP 1 – A Ampulheta Cósmica
Nebulosa planetária CVMP 1, a Ampulheta Cósmica, registrada pelo Gemini.
A imagem mais recente feira
pelo Observatório Internacional Gemini mostra a interessante nebulosa
planetária CVMP 1. Esse objeto é o resultado da morte de uma estrela e embora
seja um espetáculo astronômico glorioso é extremamente curto. À medida que a estrela
progenitora dessa nebulosa planetária resfria vagarosamente, essa ampulheta
celeste vai esgotando o seu tempo e vagarosamente vai se apagando, o que deve
acontecer por completo nos próximos milhares de anos.
Localizada a aproximadamente
6500 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Circinus, essa maravilha
astronômica se formou durante as fases finais de vida de uma estrela. A CVMP 1
é uma nebulosa planetária, ela emergiu quando uma estrela gigante vermelha
velha expeliu suas camadas externas através de um intenso vento estelar.
À
medida que a atmosfera estelar vagava pelo espaço interestelar, o núcleo quente
e exposto da progenitora começou a energizar e ejetar gases que causam todo
esse brilho. Isso forma a bela forma de ampulheta capturada nessa observação
feita pelo Observatório Internacional Gemini, uma instalação do National
Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory do NSF.
Nebulosas planetárias como a
CVMP 1 são formadas somente por determinados tipos de estrelas, elas precisam
ter entre 0.8 e 8 vezes a massa do Sol. Estrelas menos massivas, fazem a
transição para anãs brancas no final de sua longa vida, e se apagada, enquanto
que estrelas mais massivas vivem rápido e morrem jovens terminando suas vidas
em explosões de supernovas.
Para as estrelas localizadas entre esses dois
extremos, contudo, o final da vida é esticado um pouco mais e existe uma fase
intermediária que é a de nebulosa planetária como é mostrada nessa imagem.
Infelizmente, o espetáculo da nebulosa planetária é breve, esses objetos duram
cerca de 10 mil anos, um piscar de olhos perto do tempo de vida dessas estrelas
que é de bilhões de anos.
Essas nebulosas planetárias
de vida curta se apresentam numa miríade de forma e tamanho, e algumas delas
possuem formas particulares bem definidas, como a Nebulosa da Hélice, que
aparece no final desse post, numa imagem feita em 2003 combinando dados do OIR
Lab no Observatório Nacional de Kitt Peak, com dados do Telescópio Espacial
Hubble. A grande diversidade de formas existe, por conta da diversidade das
estrelas progenitoras, cujas características podem influenciar de forma
determinante o resultado final da nebulosa planetária.
A presença de uma
estrela companheira, planetas na sua órbita, ou até mesmo a rotação da estrela
gigante vermelha original pode ajudar a determinar a forma da nebulosa
planetária, mas nós não sabemos ainda em detalhe como são os processos que
esculpem esses belos objetos astronômicos.
Mas a CVMP 1 é mais
intrigante ainda. Os astrônomos descobriram que os gases que fazem parte da
ampulheta são altamente enriquecidos em hélio e nitrogênio, e que a CVMP 1 é
uma das maiores nebulosas planetárias existentes. Essas pistas sugerem que a
CVMP 1 é altamente desenvolvida, fazendo dela o laboratório ideal para os
astrônomos entenderem o final da vida das estrelas e entenderem também mais
sobre as nebulosas planetárias.
Medidas astronômicas têm
revelado as características da estrela central da CVMP 1. Medindo a luz emitida
do gás na nebulosa planetária os astrônomos puderam inferir que a temperatura
da estrela central é de no mínimo 130000 graus Celsius. Apesar dessa
temperatura, a estrela está fadada a se esfriar e apagar nos próximos milhares
de anos. Eventualmente, a luz que ela emite terá muito pouco energia para
ionizar o gás na nebulosa planetária, fazendo com que a ampulheta cósmica
mostrada nessa bela imagem, também despereça.
O Observatório Internacional
Gemini é composto de telescópios no hemisfério norte e sul do planeta, o que
faz com que eles juntos possam acessar todo o céu noturno. Similar a muitos dos
grandes observatórios, uma pequena fração do tempo de observação dos
telescópios Gemini é dedicada a criar imagens coloridas que podem mostrar a
beleza do céu para o público geral. Os objetos são escolhidos pelo seu apelo
visual, como essa bela ampulheta cósmica.
Fonte: Nationalastro.org
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