Imagens de telescópio revelam detalhes inéditos do planeta Júpiter
Captadas pelo telescópio Webb, imagens foram divulgadas pela Nasa
Imagens capturadas pelo telescópio James Webb e divulgadas pela Agência
Espacial Norte-Americana (Nasa) nesta segunda-feira (21) revelam detalhes do
planeta Júpiter como nunca vistos antes: gigante e com tempestades a auroras.
“Não esperávamos que fosse tão bom [o resultado], para ser honesto”,
disse o astrônomo que lidera as observações do planeta, Imke de Pater, com
Thierry Fouchet, professor do Observatório de Paris, em uma colaboração
internacional.
Segundo anúncio da Nasa, parceira nesta missão da Agência Espacial
Europeia (ESA) e da Agência Espacial Canadense (CSA), pelas imagens é possível
observar tempestades como a Grande Mancha Vermelha, ventos fortes, luas,
auroras e até mesmo outras galáxias.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, com mais de 142 mil
quilômetros de diâmetro. É o quinto planeta a partir do Sol, localizado entre
Marte e Saturno.
Mancha vermelha e luas
A Grande Mancha Vermelha – uma complexa tempestade que se move em
sentido anti-horário – assim como outras nuvens, aparecem como imagens brancas,
devido ao reflexo da luz solar.
“O brilho aqui indica alta altitude. Então a Grande Mancha Vermelha tem
névoas de alta altitude, assim como a região equatorial”, disse Heidi Hammel,
cientista interdisciplinar da missão Webb. A Nasa explica que, em contraste,
também aparecem faixas escuras ao norte da região equatorial com pouca
cobertura de nuvens.
O telescópio também registrou as luas Amalteia e Adrastea e o possível
efeito da matéria de Io, um dos mais conhecidos satélites de Júpiter, que ao
entrar na atmosfera de Júpiter seria responsável pelas auroras nos polos sul e
norte do planeta.
Anéis invisíveis
A jovem Judy Schmidt ajudou a Nasa a traduzir dados brutos do
telescópio Webb em imagens - Telescópio James Webb.
As imagens de Júpiter vêm da Near Infrared Camera (NIRCam) do
observatório, que possui três filtros infravermelhos. Como os dados capturados
pelo Webb são invisíveis aos olhos humanos, eles precisam ser processados para
o espectro visível. Assim, foi possível registrar até mesmo os tênues anéis do
planeta gasoso. De acordo com a Nasa, ‘’um milhão de vezes mais fracos que o
planeta’’.
Tudo isso em cooperação com cientistas cidadãos, que são pessoas não
necessariamente habilitadas em astronomia, mas que cooperam com conhecimentos
especializados. Neste caso, segundo a Nasa, a missão contou com o trabalho da
jovem Judy Schmidt para traduzir os dados brutos do Webb em imagens.
Há dez anos, Judy ficou entre os finalistas de um um concurso da ESA e,
de lá para cá, colabora no processamento de imagens, inclusive nas que já foram
disponibilizadas por outro telescópio precursor do Webb, o Hubble.
De acordo com a Nasa, todo o material disponibilizado pelo James Webb
deverá ser estudado por especialistas na tentativa de desvendar um pouco mais
da dinâmica e do sistema meteorológico do gigante gasoso.
Fonte: MSN
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