Descoberto maior asteroide potencialmente perigoso em oito anos
Assassinos de planetas
Observações
durante uma estreita janela de 10 minutos, antes do crepúsculo, permitiram aos
astrônomos detectar três asteroides próximos da Terra (OPTs) escondidos pelo
brilho do Sol.
Esses
OPTs fazem parte de uma população difícil de visualizar porque eles se escondem
dentro das órbitas da Terra e de Vênus, uma região notoriamente difícil de ser
observada porque os telescópios precisam ficar apontados contra o brilho do
Sol.
Aproveitando
condições de observação muito breves, mas em um dia particularmente favorável,
durante o crepúsculo, os astrônomos encontraram um trio deles nunca antes
visto.
Um
dos asteroides é o maior objeto potencialmente perigoso para a Terra descoberto
nos últimos oito anos. Com 1,5 quilômetro de diâmetro, o agora batizado 2022
AP7e tem uma órbita que pode um dia colocá-lo no caminho da Terra, com um risco
de choque.
Os
outros asteroides, chamados 2021 LJ4 e 2021 PH27, têm órbitas que os mantêm
completamente no interior da órbita da Terra, onde não representam nenhum
perigo.
"Nossa
pesquisa crepuscular está vasculhando a área dentro das órbitas da Terra e
Vênus em busca de asteroides," disse Scott Sheppard, membro da equipe.
"Até agora encontramos dois grandes asteroides próximos da Terra, com
cerca de 1 quilômetro de diâmetro, um tamanho que chamamos de assassinos de
planetas. Apenas cerca de 25 asteroides com órbitas completamente dentro da
órbita da Terra foram descobertos até hoje devido à dificuldade de observar
perto do brilho do Sol."
Precessão
Outro
detalhe interessante é que o 2021 PH27 é o asteroide conhecido mais próximo do
Sol. Com isso, eles tem os maiores efeitos da Relatividade Geral de qualquer
objeto em nosso Sistema Solar e, durante sua órbita, sua superfície fica quente
o suficiente para derreter chumbo.
A
Teoria Geral da Relatividade de Einstein explica como objetos massivos
distorcem o tecido do espaço-tempo e como isso influencia o movimento dos
objetos no Universo. Em nosso Sistema Solar, essa influência pode ser medida
diretamente como, por exemplo, a precessão da órbita do planeta Mercúrio, que
não pode ser explicada com precisão usando apenas a física newtoniana.
Como
o asteroide está tão perto do campo gravitacional do Sol, ele sofre efeitos
relativísticos, que são vistos em um ligeiro desvio angular em sua órbita ao
longo do tempo - este é o movimento chamado precessão.
Encontrar
asteroides no interior do Sistema Solar é um desafio observacional. Os
astrônomos têm apenas duas breves janelas de 10 minutos a cada noite para
examinar esta área. Além disso, essas observações estão muito próximas do
horizonte, o que significa que é preciso observar através de uma espessa camada
da atmosfera da Terra, que pode borrar e distorcer as observações dos
asteroides, tipicamente muito pequenos e pouco brilhantes.
A
descoberta anunciada agora foi feita por uma equipe internacional usando a
DECam (Dark Energy Camera) montada no telescópio Véctor Blanco, em Cerro
Tololo, no Chile.
Fonte:
Inovação Tecnológica
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