Zona de evasão no espaço esconde misteriosa "estrutura extragaláctica"
Misteriosa e imensa “estrutura extragaláctica” que vive obscurecida pela Via Láctea é descoberta em zona de evasão no espaço
Falsas cores Z (azul), J (verde) e Ks (vermelho) de uma região correspondente ao grupo candidato a aglomerado de galáxias. Nos detalhes, as 58 possíveis galáxias existentes dentro da área estudada. Créditos: Daniela Galdeano, Gabriel A. Ferrero, Georgina Coldwell, Fernanda Duplancic, Sol Alonso, Rogerio Riffel e Dante Minniti
Uma
das partes mais difíceis de se observar no universo é a chamada “zona de
evasão” (ZoA), uma área relativamente desconhecida do céu obscurecida pela Via
Láctea. Surpreendentemente, é nessa região que cientistas acabam de descobrir
uma “estrutura extragaláctica” misteriosa.
Segundo
o estudo conduzido por esses pesquisadores, divulgado no servidor de
pré-impressão arXiv.org e já aceito para publicação pela revista Astronomy
& Astrophysics, acredita-se que a tal estrutura seja um aglomerado
considerável de galáxias, que pode ajudar a desbravar essa região tão pouco
observada do cosmos.
“Por
muitos anos, a ZoA teve falta de informação, mas agora com novos estudos
poderíamos cobrir uma pequena região do céu, e em um futuro próximo, uma região
maior com dados”, disse Daniela Galdeano, astrônoma da Universidade Nacional de
San Juan, na Argentina, em entrevista ao site Vice.
Para
conseguir enxergar além do véu galáctico, a equipe usou instrumentos do
Observatório Europeu do Sul (ESO) para examinar a luz infravermelha que passa
pela protuberância obstrutiva da Via Láctea, já que a luz visível é
completamente bloqueada.
Quando
perceberam que o que estavam olhando era um aglomerado, os astrônomos seguiram
usando dados do telescópio chileno Gemini South, para medir os desvios
avermelhados das cinco galáxias vistas dentro dele, o que ajudou a determinar
suas distâncias e velocidades.
Conforme
as estimativas da equipe, pode haver cerca de 58 galáxias reunidas no aglomerado
– mas eles necessitam de mais observações para ter certeza. “Parece muito
grande, mas é difícil dizer ainda quão massivo”, disse o coautor do estudo
Dante Minniti, diretor do Instituto de Astrofísica da Universidade Nacional
Andrés Bello, no Chile. “Precisamos de mais mudanças nas vermelhidões
espectroscópicas para estimar a massa deste aglomerado”.
Fonte:
Agência EBC
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