Hubble revela brilho fantasmagórico em torno do Sistema Solar
Brilho da poeira
Além
de uma tapeçaria de estrelas e o brilho da Lua, o céu noturno parece escuro
como tinta preta para o observador casual.
Mas
será que é, de fato, totalmente escuro?
Para
descobrir, astrônomos decidiram analisar 200.000 imagens do telescópio espacial
Hubble e fizeram dezenas de milhares de medições nessas imagens para procurar
qualquer brilho de fundo residual no céu, em um ambicioso projeto chamado
Sky-Surf.
O
interesse está em identificar qualquer luz restante depois de subtrair o brilho
de planetas, estrelas, galáxias e poeira no plano do nosso Sistema Solar, a
chamada luz zodiacal.
Quando
a equipe concluiu esse inventário, de fato sobrou alguma luz, em uma
intensidade minúscula, equivalente ao brilho constante de 10 vagalumes
espalhados por todo o céu. É como apagar todas as luzes em uma sala fechada e
ainda encontrar um brilho estranho vindo das paredes, do teto e do chão.
Os
astrônomos sugerem que a explicação mais provável para esse brilho residual é
que nosso Sistema Solar interno contém uma tênue esfera de poeira,
provavelmente liberada por cometas, que estão caindo no Sistema Solar de todas
as direções, e que o brilho é a luz do Sol refletida nessa poeira.
Se
for real, essa concha de poeira pode ser uma nova adição à arquitetura do
Sistema Solar. Embora passe a impressão de ser um local bem conhecido, nosso
sistema na verdade tem oferecido uma riqueza de surpresas para os astrônomos ao
longo dos últimos anos, incluindo túneis magnéticos, super-rodovias que
permitiriam viagens ultrarrápidas, um segundo plano de alinhamento, uma
população de asteroides de origem interestelar, meteoritos fósseis e muito
mais.
Outros brilhos do Sistema Solar
A
ideia de uma concha de poeira tem precedentes. Dados da sonda espacial New
Horizons, que passou por Plutão em 2015 e um por um pequeno objeto do cinturão
de Kuiper em 2018, e agora está indo para o espaço interestelar, revelou um
brilho misterioso nos confins do Sistema Solar.
O
sinal medido pela New Horizons é ainda mais fraco e de uma fonte mais distante
do que a que o Hubble detectou. Suas medições foram feitas a uma distância de
7,5 bilhões a 8 bilhões de quilômetros do Sol, o que está bem fora do reino dos
planetas e asteroides, mas também onde não há contaminação de poeira
interplanetária.
A
fonte da luz de fundo vista pela New Horizons também permanece inexplicável,
embora existam inúmeras teorias, que vão desde o decaimento da matéria escura
até uma enorme população invisível de galáxias remotas.
"Se nossa análise estiver correta, há outro componente de poeira entre nós e a distância onde a New Horizons fez as medições. Isso significa que é algum tipo de luz extra vinda de dentro do nosso Sistema Solar," disse Tim Carleton, da Universidade do Estado do Arizona.
"Como nossa medição de luz residual
é maior do que a da New Horizons, acreditamos que é um fenômeno local que não
está muito longe do Sistema Solar. Pode ser um novo elemento para o conteúdo do
Sistema Solar que foi hipotetizado, mas não medido quantitativamente até
agora."
Fonte: Inovação Tecnológica
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