Ondas magnéticas podem explicar maior mistério do Sol
Quanto mais longe, mais quente
Pesquisadores
belgas acreditam ter encontrado uma explicação para um dos maiores dilemas da
astrofísica: Por que as temperaturas na atmosfera externa do Sol, a coroa,
chegam a mais de 1 milhão de graus Celsius se a própria superfície da estrela
tem apenas cerca de 6.000 ºC?
Esta sequência de aproximação destaca três estruturas mostrando ondas magnéticas que aparecem como um movimento transversal. A seta branca corresponde a uma distância de cerca de 10 000 km. [Imagem: Solar Orbiter/EUI]
Não
precisamos sequer entrar na escola para aprender que a temperatura diminui à
medida que você se afasta de uma fonte de calor. Mas isso não é verdade para o
Sol: A única fonte de calor do Sol está na fusão nuclear ocorrendo em seu
núcleo, mas a coroa, a camada mais externa da atmosfera solar, é cerca de 200
vezes mais quente do que a fotosfera, a superfície do Sol.
Daye
Lim e colegas da Universidade de Lovaina e do Observatório Real da Bélgica
descobriram ondas magnéticas muito pequenas, mas de movimento rápido, que giram
na superfície do Sol.
Segundo
os cálculos da equipe, essas ondas de oscilação rápida produzem uma energia
suficiente para explicar o aquecimento da coroa solar.
Os
dados foram coletados por um instrumento chamado Imageador de Ultravioleta
Extremo, a bordo da sonda espacial Orbitador Solar, lançada em 2020 pela
Agência Espacial Europeia.
Esse
instrumento está produzindo imagens da coroa solar com resolução sem
precedentes, e seus filmes revelaram oscilações rápidas nas menores estruturas
magnéticas da coroa solar. A equipe então fez os cálculos e constatou que a
energia dessas ondas de alta frequência contribui para o aquecimento da
atmosfera solar em uma magnitude suficiente para explicar a diferença
descomunal de temperaturas entre a superfície e a alta atmosfera da estrela.
"Nos
últimos 80 anos, os astrofísicos tentaram resolver este problema e agora surgem
cada vez mais evidências de que a coroa pode ser aquecida por ondas
magnéticas," disse o professor Tom Van Doorsselaere, que participou da
análise dos dados.
Mais dados
A
principal pergunta que os cientistas tentavam responder era se a energia proveniente
dessas rápidas oscilações descobertas pela sonda europeia superava a energia
proveniente de oscilações semelhantes, mas mais lentas, que já eram conhecidas.
A
equipe realizou então uma meta-análise, que é um método estatístico para usar
vários estudos científicos para encontrar conclusões comuns, apoiadas por
todos.
Lim
e seus colegas concluíram que as ondas de alta frequência descobertas agora dão
uma contribuição mais significativa para o aquecimento total do que as ondas de
baixa frequência.
Com
isto, a equipe agora concentrará sua atenção nos dados que continuam sendo
coletados pelo Orbitador Solar e por outros observatórios, para separar as
ondas magnéticas de alta frequência das demais, o que permitirá aferir sua
contribuição para o aquecimento da coroa solar com maior segurança.
Fonte: Inovação Tecnológica
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!