Confirmado: Antimatéria não cai para cima
Antimatéria é atraída pela gravidade
Se
você soltar um punhado de antimatéria a uma certa altura do chão, ela irá cair
para baixo ou levitar? E se existir uma estrela de antimatéria, ela terá uma
força repulsiva, uma antigravidade, em vez de tradicional força gravitacional
atrativa que conhecemos?
Este gráfico mostra átomos de anti-hidrogênio caindo e se aniquilando dentro de uma armadilha magnética, parte do experimento ALPHA-g no CERN para medir o efeito da gravidade na antimatéria. [Imagem: NSF]
A
julgar por um experimento inédito, feito utilizando anti-hidrogênio - a
antimatéria do gás hidrogênio -, parece que não: Os dados indicam que a
antimatéria não "cai para cima", ela cai para baixo como a matéria
comum.
A
aceleração gravitacional da antimatéria medida no experimento ficou próxima da
aceleração gravitacional da matéria normal na Terra: 1 g, ou 9,8 metros por
segundo ao quadrado (m/s2) - mais precisamente, a aceleração gravitacional da
antimatéria está dentro de cerca de 25% (um desvio padrão) da gravidade normal.
Os
resultados foram obtidos pela colaboração ALPHA, sigla em inglês para Aparato
de Física a laser de Anti-Hidrogênio, localizado no Centro Europeu de Pesquisa
Nuclear (CERN) em Genebra, na Suíça. Ao longo dos últimos anos, este
laboratório tem gerado uma riqueza de informações sobre a antimatéria.
"Ela
certamente acelera para baixo e está dentro de um desvio padrão da aceleração
na taxa normal," disse o professor Joel Fajans. "O resultado final é
que não existe almoço grátis e não seremos capazes de levitar usando
antimatéria."
Ao
confirmar que a antimatéria e a matéria comum são atraídas gravitacionalmente,
os resultados também excluem a repulsão gravitacional como a razão pela qual
praticamente não vemos antimatéria no Universo observável, quando ambas devem
ter sido criadas em proporções iguais no Big Bang.
Mas seria interessante se fosse o contrário
Apesar
de jogar um balde de água fria em muitos sonhos de tecnologias vistas na ficção
científica, o resultado não surpreendeu a maioria dos físicos. A teoria da
Relatividade Geral de Einstein, embora concebida antes da descoberta da
antimatéria, que ocorreu em 1932, trata toda a matéria de forma idêntica,
implicando que a antimatéria e a matéria respondem da mesma forma a todas as
forças, incluindo a força gravitacional.
Toda
matéria normal, como prótons, nêutrons e elétrons, possui antipartículas que
carregam carga elétrica oposta e, quando encontram sua contraparte de matéria
normal, aniquilam-se completa e imediatamente.
"O
resultado oposto teria tido grandes implicações; seria inconsistente com o
princípio da equivalência fraca da Teoria Geral da Relatividade de
Einstein," disse o professor Jonathan Wurtele. "Este experimento
[representa] a primeira vez que foi feita uma medição direta da força da
gravidade na antimatéria neutra. É mais um passo no desenvolvimento do campo da
ciência da antimatéria neutra."
De
fato, nenhuma teoria física realmente prevê que a gravidade deva ser repulsiva
para a antimatéria. Alguns físicos afirmam que, se fosse assim, seria possível
criar uma máquina de movimento perpétuo, o que as teorias atuais afirmam ser
impossível. E os resultados batem com outros experimentos, como o BASE, que
mostrou que a antimatéria não cai para cima comparando a razão carga-massa para
o próton e o antipróton.
No
entanto, a ideia de que a antimatéria e a matéria pudessem ser afetadas de
forma diferente pela gravidade era atraente porque poderia explicar alguns
enigmas cósmicos. Por exemplo, esse comportamento poderia ter levado à
separação espacial da matéria e da antimatéria no universo primitivo,
explicando por que vemos apenas uma pequena quantidade de antimatéria no
Universo que nos rodeia. A maioria das teorias prevê que quantidades iguais de
matéria e antimatéria deveriam ter sido produzidas durante o Big Bang que deu
origem ao Universo.
Fonte:
Inovação Tecnológica
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