Matéria escura não existe e Universo é muito mais antigo, defende astrofísico
Novo modelo cosmológico
Em meados do ano passado, o
professor Rajendra Gupta, da Universidade de Ottawa, no Canadá, brindou o mundo
científico com uma ideia revolucionária, justamente em um campo que anda
carente de mudanças de paradigma.
Apesar das inúmeras tentativas,
nunca conseguimos detectar qualquer sinal da matéria escura. [Imagem: Chil
Vera/Pixabay]
Gupta estudou em detalhes o
processo de desenvolvimento das galáxias e chegou à conclusão de que o Universo
tem 26,7 bilhões de anos de idade, e não os 13,7 bilhões de anos estabelecidos
pelo modelo padrão da cosmologia, conhecido como Lambda-CDM - λ é a constante
cosmológica , hoje mais conhecida como "energia escura", e CDM é um
modelo cujo nome é uma sigla em inglês para "matéria escura fria".
Isso vem bem a calhar depois que
o telescópio espacial James Webb começou a mostrar galáxias totalmente formadas
nos primórdios do Universo - ou, ao menos, nos primórdios do Universo quando se
considera que ele tenha 13,7 bilhões de anos. Para alguns, os dados do Webb
lançam dúvidas sobre o modelo do Big Bang e mostram que nossa visão do Universo
está ultrapassada.
Agora, Gupta lançou dúvidas sobre
outro elemento central da teoria cosmológica mais aceita até agora, a matéria
escura - para o pesquisador, não existe matéria escura.
O que é matéria escura?
Outra teoria alternativa à matéria escura passou pelo teste observacional. [Imagem: WMAP Science Team/NASA]
Na cosmologia, o termo matéria
escura descreve tudo o que parece não interagir com a luz ou com os campos
eletromagnéticos, mas que parece ter um efeito gravitacional. Não podemos
vê-la, não sabemos do que é ela feita e nenhum experimento projeto para detectá-la
jamais teve qualquer resultado positivo.
Mas a matéria escura é um
artefato que ajuda o modelo cosmológico a explicar como se comportam as
galáxias, os planetas e as estrelas. Com os fracassos observacionais, contudo,
parte da comunidade científica começou a se questionar se é mais importante ficar
do lado da teoria ou da realidade.
Gupta está defendendo
tirar a matéria escura da equação.
Para isso, ele usou uma combinação das constantes de acoplamento covariantes (CCC: Covarying Coupling Constants) e das teorias de "luz cansada" (TL). O modelo CCC + TL combina duas ideias: Sobre como as forças da natureza diminuem ao longo do tempo cósmico e sobre a perda de energia da luz quando ela viaja por longas distâncias.
Menos Newton e mais Einstein pode dispensar a matéria escura. [Imagem: Mark Myers/OzGrav ARC Centre of Excellence]
Dispensa da matéria escura
O modelo já foi testado e
demonstrou corresponder a várias observações, tais como sobre a forma como as
galáxias estão espalhadas e como a luz do Universo primitivo evoluiu.
"As descobertas do estudo
confirmam que o nosso trabalho anterior sobre a idade do Universo ser de 26,7
bilhões de anos nos permitiu descobrir que o Universo não necessita de matéria
escura para existir. Na cosmologia padrão, diz-se que a expansão acelerada do
universo é causada pela energia escura, mas na verdade se deve ao
enfraquecimento das forças da natureza à medida que ela se expande, e não à
energia escura."
Agora, ao estudar a distribuição
de galáxias com desvios para o vermelho baixos - "desvio para o
vermelho" refere-se a quando a luz é deslocada em direção à parte vermelha
do espectro conforme ela viaja - e o tamanho angular do horizonte sonoro em
desvios para o vermelho elevados, o pesquisador baniu também a matéria escura.
"Existem vários artigos que
questionam a existência da matéria escura, mas o meu é o primeiro, que eu
saiba, que elimina a sua existência cosmológica, ao mesmo tempo que é
consistente com observações cosmológicas chave que tivemos tempo de confirmar,"
disse Gupta.
Ao desafiar a necessidade de
matéria escura no Universo e ao fornecer evidências para um novo modelo
cosmológico, este estudo abre novos caminhos para explorar as propriedades
fundamentais do Universo.
Fonte: Inovação
Tecnológica
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