Cientistas detectam explosão energética de estrela de nêutrons magnética
Magnetares estão entre os objetos
mais extremos do universo -- uma classe de restos estelares compactos chamados
de estrelas de nêutrons, que possuem campos magnéticos imensamente fortes. De
vez em quando eles produzem enormes erupções de raios gama, na mais forte
liberação de energia não destrutiva conhecida no cosmos.
Representação artística de explosão de estrela de nêutrons ultramagnética é mostrada em folheto da Nasa 10/02/2016 REUTERS/NASA's Goddard Space Flight Center/Divulgação via Reuters © Thomson Reuters
Os cientistas agora detectaram o
exemplo mais distante do qual se tem conhecimento de uma dessas erupções,
chamada de explosão gigante, de um magnetar de uma galáxia conhecida como
Messier 82, ou M82.
Essa onda de raios gama -- a
forma mais energética de luz -- liberou em apenas um décimo de segundo a
quantidade de energia que nosso sol emite em um período de aproximadamente
10.000 anos, afirmaram os cientistas.
Apenas duas explosões gigantes
confirmadas foram observadas em nossa galáxia, a Via Láctea, em 2004 e 1998, e
apenas uma havia sido identificada em outra galáxia, em 1979, na Grande Nuvem
de Magalhães, vizinha da Via Láctea, segundo os pesquisadores.
“Explosões gigantes são eventos
muito raros”, disse o astrofísico Sandro Mereghetti, do Instituto Nacional de
Astrofísicas (INAF) da Itália, em Milão, principal autor da pesquisa publicada
nesta quarta-feira na revista Nature.
“A Via Láctea contém cerca de 30
magnetares, possivelmente muito mais, que não foram vistos emitindo explosões
gigantes.”
A M82 -- apelidada de “galáxia do
charuto” porque, quando vista de frente, tem um formato alongado e semelhante a
um charuto -- está a 12 milhões de anos-luz da Terra, na constelação Ursa
Maior. O ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano (9,5 trilhões de kms).
A explosão gigante do magnetar da Grande Nuvem de Magalhães estava a cerca de
160.000 anos-luz da Terra.
A explosão gigante do M82 foi a
mais distante da qual se tem conhecimento, mas não a mais energética. A de 2004
teve uma energia equivalente a cerca de 1 milhão de anos de produção do sol.
Embora existam eventos cósmicos
mais energéticos, como as explosões supernova no final da vida de uma grande
estrela e explosões de raios gama causados pela fusão de duas estrelas de
nêutrons, esses eventos envolvem destruições, ao contrário das explosões
gigantes.
Os magnetares também emitem surtos ocasionais de raios gama e raios X em níveis de energia mais baixos do que as explosões gigantes.
As estrelas de nêutrons nascem na
explosão e no colapso de estrelas, com 8 a 25 vezes a massa do sol, no fim do
seu ciclo de vida. Elas comprimem uma ou duas vezes a massa do sol em uma
esfera do tamanho de uma cidade.
“São os objetos astrofísicos mais
compactos e densos. Eles são tão densos quanto núcleos atômicos”, disse a
astrofísica do INAF e co-autora do estudo, Michela Rigoselli, sobre as estrelas
de nêutrons.
A principal característica que
diferencia os magnetares de outras estrelas de nêutrons é um campo magnético de
1.000 a 10.000 vezes mais forte do que o magnetismo normal de uma estrela de
nêutron e um trilhão de vezes maior que o sol.
“Podemos dizer que os magnetares
são estrelas de nêutrons alimentadas pela sua própria energia magnética. Isso
não acontece em estrelas de nêutrons comuns”, disse.
“Uma explosão gigante se origina
de uma reconfiguração e uma reconexão do campo magnético do magnetar”,
acrescentou Rigoselli.
MSN.COM
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