Anomalia Astronômica: Descodificando o Mistério das Estrelas Supergigantes Azuis
As supergigantes azuis do
tipo B são estrelas massivas e altamente luminosas que desafiam as expectativas
tradicionais ao aparecerem com frequência, apesar de sua fase evolutiva
teoricamente breve.
Imagem artística de um sistema binário de uma estrela gigante vermelha e uma companheira mais jovem que pode se fundir para produzir uma supergigante azul. Crédito: Casey Reed, NASA
Pesquisas recentes fornecem novos
insights, mostrando que muitas supergigantes azuis provavelmente se formam a
partir da fusão de sistemas binários massivos. Essas fusões explicam a presença
das estrelas na “lacuna evolutiva” e suas propriedades de superfície únicas,
sugerindo uma grande revisão na compreensão de seu ciclo de vida e impacto na
formação de galáxias.
As supergigantes azuis do tipo B
são estrelas excepcionalmente luminosas e quentes, ostentando luminosidades
pelo menos 10.000 vezes a do Sol e temperaturas de 2 a 5 vezes maiores. Com
massas variando de 16 a 40 vezes a do Sol, acredita-se que essas estrelas
existam durante uma breve e rápida fase de evolução estelar, tornando-as
teoricamente raras. Então, por que observamos tantas delas”
Uma pista importante para sua
origem está no fato de que a maioria das supergigantes azuis é observada como
única, ou seja, não tem nenhuma companheira gravitacionalmente ligada
detectável. No entanto, a maioria das estrelas massivas jovens é observada nascendo
em sistemas binários com companheiras. Por que as supergigantes azuis são
únicas? A resposta: sistemas estelares binários massivos ‘se fundem’ e produzem
supergigantes azuis.
Em um estudo pioneiro liderado
pela pesquisadora do IAC Athira Menon, uma equipe internacional de astrofísicos
computacionais e observacionais simulou modelos detalhados de fusões estelares
e analisou uma amostra de 59 supergigantes azuis do tipo B iniciais na Grande
Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea.
Simulamos as fusões de estrelas
gigantes evoluídas com suas companheiras estelares menores em uma ampla gama de
parâmetros, levando em consideração a interação e a mistura das duas estrelas
durante a fusão. As estrelas recém-nascidas vivem como supergigantes azuis
durante a segunda fase mais longa da vida de uma estrela, quando ela queima
hélio em seu núcleo,” explica Menon.
Explicação para anomalias
evolutivas:
De acordo com Artemio Herrero,
pesquisador do IAC e coautor do artigo, “os resultados obtidos explicam por que
as supergigantes azuis são encontradas na chamada ‘lacuna evolutiva’ da física
estelar clássica, uma fase de sua evolução onde não esperaríamos encontrar
estrelas.”
Mas essas fusões também podem
explicar as propriedades medidas das supergigantes azuis? “Notavelmente,
descobrimos que estrelas nascidas dessas fusões têm maior sucesso em reproduzir
a composição da superfície, particularmente o aumento de nitrogênio e hélio, de
uma grande fração da amostra do que os modelos estelares convencionais. Isso
indica que as fusões podem ser o canal dominante para produzir supergigantes
azuis”, diz Danny Lennon, pesquisador do IAC que também participou do estudo.
Este estudo dá um grande salto em
direção à solução de um antigo problema de como as supergigantes azuis se
formam e indica o papel importante das fusões estelares na morfologia das
galáxias e suas populações estelares. A próxima parte do estudo tentará explorar
como essas supergigantes azuis explodem e contribuem para a paisagem buraco
negro-estrela de nêutrons.
Fonte: scitechdaily.com
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!