O que é uma anti-aurora, fenômeno que criou um “E” no céu do Alasca
As regiões mais ao norte do planeta encantam turistas de todo o mundo que desejam ver o espetáculo de luzes das auroras boreais nos céus. O que pouca gente sabe, porém, é que as protagonistas dessas luzes têm irmãs menos conhecidas: as "anti-auroras" negras.
0412-Alaska-layout_site1 © Todd
Salat/AuroraHunter via Facebook/Reprodução
Foi esse fenômeno que causou a
figura em formato de “E” fotografada recentemente no Alasca, no dia 22 de
novembro. Todd Salat, fotógrafo e caçador de auroras, contou que a letra ficou
passeando entre as luzes. “Ela veio do noroeste e eu pensei, 'uau!' Parecia a
letra E para mim", Salat ao Spaceweather.com. "Em apenas alguns
minutos, parecia uma criatura com as pernas para cima."
Definitivamente, a imagem não se
tratava de um animal, e muito menos de uma mensagem enviada por ETs. Então, o
que era?
Salat presenciou um evento
conhecido como “anti-aurora", ou auroras negras. Essas auroras são uma
descoberta relativamente recente: foram identificadas no final dos anos 1990.
Em 2001, cientistas começaram a entender seu funcionamento, quando os satélites
Cluster da ESA passaram por uma região com uma aurora negra, revelando células
verticais na atmosfera onde os elétrons eram repelidos para o espaço.
Em 2015, um estudo com dados da
missão Cluster mostrou que essas células se formam quando as auroras esgotam o
plasma, criando "cavidades ionosféricas" durante distúrbios na
magnetosfera causados por tempestades solares.
Para entendermos o que são as
irmãs “do contra” das auroras, vale uma breve introdução sobre o que são
auroras. O show de luzes é o resultado da colisão de partículas do Sol,
eletricamente carregadas, com o oxigênio e nitrogênio da atmosfera, que liberam
energia em forma de luz. As partículas são redirecionadas pelos campos
magnéticos da Terra, e por isso ocorrem nas regiões polares – tanto do norte
quanto do sul do planeta.
Já as anti-auroras são causadas
por um efeito reverso. Elas acontecem quando a ionosfera, em vez de ser
preenchida por partículas carregadas vindas do espaço, sofre uma espécie de
"vazio" ou "buraco" de elétrons. Ou seja: a energia necessária
para provocar a emissão de luz não chega às partículas da atmosfera.
Como resultado, em vez de
observarmos as cores brilhantes das auroras, vemos áreas escuras, como se essas
regiões tivessem sido "mordidas" ou retiradas do padrão luminoso da
aurora. Isso cria manchas escuras ou anéis negros no meio da aurora brilhante.
O fenômeno ocorre porque as
anti-auroras interrompem o processo normal de formação da aurora. Elas
"privam" os gases ionosféricos da energia dos elétrons, essencial
para que esses gases emitam luz. Portanto, o que se observa são regiões escuras,
onde a energia dos elétrons não chega.
Göran Marklund, físico de plasmas
no Instituto Real de Tecnologia da Suécia, disse à ESA que "a aurora negra
na verdade não é uma aurora; é a falta de atividade auroral em uma região onde
os elétrons são 'sugados' da ionosfera".
O fenômeno pode acontecer tanto
em auroras boreais (vistas no norte do globo), quanto nas austrais (vistas no
sul do globo) e podem durar cerca de 10 a 20 minutos.
MSN.COM
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!