Existem bilhões de buracos negros escondidos
Buracos negros
supermassivos, aqueles gigantes cósmicos que espreitam no coração das galáxias,
continuam a intrigar os cientistas. Um estudo recente, combinando dados dos
telescópios IRAS e NuSTAR da NASA, revela que mais de um terço desses monstros
cósmicos estão escondidos atrás de espessas camadas de gás e poeira, um número
muito maior do que o estimado anteriormente.
Conceito artístico de um buraco negro supermassivo cercado por um toro de poeira, visto através de diferentes comprimentos de onda. Crédito: NASA/JPL-Caltech
A descoberta, publicada no The
Astrophysical Journal , sugere que 35% dos buracos negros supermassivos são
fortemente obscurecidos, uma porcentagem que desafia os modelos atuais de
crescimento de galáxias. Os pesquisadores usaram o arquivo infravermelho do
IRAS, um telescópio da década de 1980, para identificar esses objetos ocultos
e, em seguida, usaram o NuSTAR para confirmar sua presença por meio de
observações de raios X.
O estudo destaca a importância
dos arquivos astronômicos e da combinação de observações em diferentes
comprimentos de onda para desvendar os segredos do Universo. Buracos negros
supermassivos, embora diretamente invisíveis, influenciam profundamente a estrutura
e a evolução das galáxias que os hospedam.
Os pesquisadores também
descobriram que esses buracos negros ocultos desempenham um papel crucial na
regulação da formação de estrelas. Ao absorver ou expelir matéria, eles podem
modificar a dinâmica das galáxias, um processo ainda pouco compreendido, mas
essencial para determinar a evolução cósmica.
Este estudo abre novas
perspectivas para a compreensão dos buracos negros supermassivos e seu impacto
no Universo. Ela também destaca a importância de missões espaciais como a
NuSTAR, que permitem observar o Universo em comprimentos de onda inacessíveis da
Terra.
Por fim, os pesquisadores esperam
que essas descobertas incentivem novos estudos para refinar modelos
cosmológicos e entender melhor os mecanismos que governam o crescimento das
galáxias e dos buracos negros supermassivos que elas abrigam.
Como os buracos negros
supermassivos influenciam as galáxias?
Buracos negros supermassivos,
localizados no centro das galáxias, desempenham um papel crucial na evolução
das galáxias. Ao absorver matéria, eles podem gerar jatos de partículas e
ventos poderosos que redistribuem o gás e a poeira. Esse processo pode estimular
ou inibir a formação de novas estrelas, influenciando assim a estrutura e a
dinâmica da galáxia hospedeira.
As interações entre buracos
negros supermassivos e suas galáxias hospedeiras são uma área ativa de
pesquisa. Os cientistas estão tentando entender como essas interações variam
dependendo da massa do buraco negro, da quantidade de matéria disponível para acreção
e das propriedades da própria galáxia.
Por que alguns buracos
negros supermassivos estão escondidos?
Alguns buracos negros
supermassivos são cercados por um toro espesso de gás e poeira, o que pode
torná-los invisíveis em certos comprimentos de onda. Esse fenômeno se deve à
orientação do toro em relação à nossa linha de visão: se o toro for visto de
lado, ele bloqueia a luz emitida pelo disco de acreção ao redor do buraco
negro.
Essa obscuração pode variar
dependendo da atividade do buraco negro e da quantidade de matéria disponível
para formar o toro. Buracos negros supermassivos ativos, que acumulam grandes
quantidades de matéria, têm maior probabilidade de estar cercados por um toro
espesso.
Observações infravermelhas e de
raios X podem ajudar a dissipar essa obscuridade. O infravermelho pode revelar
o calor emitido pelo toro, enquanto raios X de alta energia podem passar pelo
toro e atingir os detectores, fornecendo um vislumbre das regiões mais internas
ao redor do buraco negro.
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