Supercomputador da Nasa fez uma previsão assustadora de quando o mundo vai acabar
Uma simulação poderosa feita pela NASA em parceria com a Universidade Toho, no Japão, traçou um retrato nada animador do futuro do nosso planeta. De acordo com o estudo, o fim da habitabilidade da Terra pode acontecer muito antes do que supúnhamos, acelerado pelo aumento da radiação solar e pelas mudanças climáticas que nós mesmos impulsionamos com entusiasmo quase suicida.
Um Sol cada vez mais impiedoso
Ao contrário dos roteiros de
cinema que apostam em colisões cósmicas ou apocalipses repentinos, a sentença
da Terra virá de uma fonte bem mais familiar: o Sol. Segundo os pesquisadores,
o astro-rei, com o passar de bilhões de anos, vai crescer, brilhar mais
intensamente e transformar o ambiente terrestre em algo digno de um forno
planetário.
O estudo, publicado na revista
Nature, mostra que o brilho solar crescente modificará o clima global e, muito
antes de o Sol se tornar uma gigante vermelha, já terá destruído as condições
que sustentam a vida. Kazumi Ozaki, um dos autores da pesquisa, explicou que o
aumento gradual da luminosidade solar já é suficiente para causar uma sequencia
de eventos climáticos capazes de inviabilizar até as espécies mais resistentes.
O mais surpreendente é que os
modelos do supercomputador indicam que essa transformação pode ocorrer em um
prazo assustadoramente curto em escala cósmica: cerca de 1 bilhão de anos até a
Terra se tornar um deserto abrasador sem atmosfera significativa. Um piscar de
olhos para o Universo, mas um banho de água fria (ou fervente) para nós.
E por falar em banho, daqui a
três parágrafos você pode esquecer a ideia de qualquer gota d’água líquida por
aqui.
Quando o oxigênio começar
a desaparecer
Um dos achados mais inquietantes
da pesquisa é a diminuição progressiva do oxigênio atmosférico. Com o aumento
da temperatura global e à intensificação das tempestades solares, a camada
protetora da Terra vai se degradando, comprometendo o equilíbrio químico do ar.
Ozaki alerta que a redução do O₂ pode
começar muito
antes do Sol atingir seu auge destrutivo — algo
que, para padrões
humanos, significa séculos ou
milênios, não bilhões de anos.
Além disso, a combinação de
desmatamento, poluição e emissão de gases de efeito estufa acelera o processo.
Cientistas preveem que apenas micro-organismos extremamente resistentes
poderiam sobreviver num planeta onde respirar seria tão difícil quanto ler bula
de remédio sem lupa.
Curiosamente, alguns estudos já
observam alterações na ionosfera terrestre que indicam a influência crescente
da atividade solar — uma lembrança de que o espaço, embora pareça distante, já
mexe nos nossos pulmões.
O ritmo das mudanças, entretanto,
pode não seguir uma curva suave. Simulações mostram flutuações bruscas que
podem antecipar colapsos regionais de ecossistemas. A Terra, em outras
palavras, pode começar a “morrer em capítulos”.
O dia em que os oceanos
vão desaparecer
O mar sempre foi símbolo de vida
— e será também um dos primeiros a anunciar o colapso. À medida que o Sol
intensifica seu brilho, o calor fará com que as águas evaporem rapidamente. Sem
oceanos para regular a temperatura e reciclar gases essenciais, o planeta
mergulhará em um ciclo irreversível de superaquecimento.
Segundo o estudo, muito antes da
fase de gigante vermelha, o Sol deixará a Terra seca, sem mares, sem nuvens e
sem chances. O vapor d’água escapará para o espaço, e a atmosfera se tornará
rarefeita e tóxica. Nesse ponto, a Terra se parecerá mais com Vênus do que com
o planeta azul que conhecemos.
É curioso notar que, segundo
pesquisas recentes, Vênus pode ter tido oceanos no passado — e o mesmo destino
nos aguarda, com um toque trágico de ironia cósmica.
Os oceanos, que hoje sustentam a
maioria da biodiversidade, serão apenas lembranças minerais. E, sem eles, nem
mesmo as bactérias mais teimosas resistirão por muito tempo.
A esperança (ou ilusão) da
fuga
Diante desse cenário digno de
ficção científica, a humanidade volta-se à pergunta inevitável: é possível
escapar?. As missões espaciais da NASA e os planos de colonização de Marte
reacendem a esperança de que possamos fundar uma nova morada cósmica. Mas o
desafio é gigantesco: recriar as condições de vida terrestre em outro planeta
exige mais do que foguetes — exige tempo, que talvez esteja se esgotando mais
rápido do que gostaríamos.
Projetos de terraformação e
colonias autossustentáveis estão em andamento, mas os cientistas alertam que os
impactos climáticos na Terra podem comprometer nossa sobrevivência muito antes
que tais planos amadureçam. A “janela de escape” parece estar se fechando
lentamente.
Ainda assim, há uma ponta de
humor no drama: mesmo que consigamos escapar para Marte, ainda seremos uma
espécie que foge do Sol — literalmente.
Afinal, como lembrou Carl Sagan,
“somos feitos de poeira das estrelas” — e talvez seja justamente essa poeira
que nos empurre, um dia, para longe delas.
Há algo poeticamente cruel no
fato de que o mesmo Sol que sustenta toda a vida também escreverá o último
capítulo da nossa história. Pensar nisso não é pessimismo é humildade cósmica.
O universo, afinal, nunca prometeu que o aluguel da Terra seria vitalício.
Hypescience.com

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