Sonda detecta fluxo de água em Marte
Estruturas no solo seriam formadas por água corrente, diz estudo.Descoberta é o mais perto que se chegou de detectar água líquida.
Talvez seja possível prever como será nosso planeta daqui a alguns bilhões de anos olhando para como Marte está agora. É o que indica um estudo do Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA). A partir da análise de um fragmento vulcânico, os cientistas acreditam que a atmosfera do Planeta Vermelho há 3,5 bilhões de anos era muito mais densa, o que possibilitaria a existência de vastos oceanos por lá naquela época. O planeta Marte, atualmente, tem uma superfície seca. Recentes descobertas de vestígios de água fazem referência apenas ao passado: houve água um belo dia, hoje já não há mais. Existe um consenso entre os cientistas que uma das principais razões para isso é a baixa densidade da atmosfera. Cerca de cem vezes menos densa que a nossa, uma atmosfera como aquela não permite, por condições de pressão, que haja fontes estáveis de água em estado líquido correndo sobre o solo. Mas será que Marte já não teve tais condições no passado?
Um simples fragmento pode ter muito a revelar - Os pesquisadores dos Estados Unidos desejavam um experimento que pudesse mostrar, de maneira concreta, que o solo em Marte realmente já foi úmido. Em 2007, a oportunidade apareceu: a sonda Spirit, robô de quatro rodas que passeou pela superfície do Planeta Vermelho de 2004 a 2010, coletou certo fragmento de rocha que deu muito em que pensar. Conforme apuraram os cientistas, este fragmento havia sido expelido por um vulcão marciano há cerca de 3,5 bilhões de anos. Passou um período na atmosfera, mas acabou caindo no chão. Na queda, o fragmento causou no solo uma notável depressão (chamada de “sag bomb”, em inglês), que intrigou os cientistas: como é que um fragmento poderia fazer um estrago tão grande ao cair se a atmosfera fosse pouco espessa? De fato, não era. Há mais de três bilhões de anos, Marte tinha uma atmosfera vinte vezes mais densa.
Experimento matou dois coelhos com uma cajadada só - Esta situação, de “ascensão e queda” de uma rocha vulcânica em Marte, foi simulada em laboratório (você pode ter uma boa ideia de como foi o procedimento através deste vídeo). O objetivo era recriar uma depressão (“sag bomb”) igual à que se produziu em Marte, e ficar de olho nas duas condições necessárias para que a cratera resultante fosse a mesma: a velocidade da queda e a umidade do solo em questão. Foram feitos testes com vários tipos de materiais rochosos, que eram lançados de determinada altura em três diferentes superfícies: um solo de areia seca, outro de areia úmida e outro com areia saturada de umidade, como uma argila. Descobriu-se que, independente do material que caía no solo, a cratera mais parecida com a de Marte se formava na “argila”. A velocidade de queda necessária para isso, superior a 140 km/h, indica que a superfície de Marte realmente já foi mais densa e, no mínimo, muito mais úmida que a atual.
Fontes: hypescience.com / G1
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