Supertelescópio espacial pode ser feito com espelho controlado por laser

Supertelescópio espacial pode ser feito com espelho controlado por laser

O espelho é constituído por nanopartículas reflexivas que são mantidas em formação por raios laser. [Imagem: NASA/ESA/E. Sabbi (STScI)/T.M. Grzegroczyk et al.]

Espelho formado por laser

Se você quiser fazer os olhos de um astrônomo brilharem, fale com ele sobre um telescópio espacial gigantesco - do tamanho de um campo de futebol, por exemplo. Mas ele logo vai lhe dizer que isso não pode se tornar realidade com a tecnologia atual porque um equipamento desses pesaria milhares de toneladas, o que inviabiliza sua colocação no espaço. Agora você já tem com o que retrucar: pode ser possível construir um telescópio gigantesco no espaço que não pesaria mais do que alguns gramas.

A ideia não é nova: em 1979, o astrônomo Antoine Labeyrie propôs o uso de lasers para aprisionar e manter juntas minúsculas partículas, formando no espaço uma superfície reflexiva, o espelho de um telescópio. Os cálculos indicam que um telescópio com um espelho de 35 metros de diâmetro construído com essa tecnologia pesaria meros 100 gramas - o espelho do telescópio Hubble tem apenas 2,4 metros de diâmetro, mas pesa 828 quilogramas. Desde a proposta de Labeyrie, o campo da manipulação óptica de partículas se desenvolveu muito: as pinças ópticas hoje são usadas para mover a matéria com luz, levitar partículas e até para construir raios tratores.

O que Tomasz Grzegorczyk e seus colegas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça fizeram agora foi demonstrar que o conceito funciona na prática. Eles usaram lasers para organizar e manter unidas 150 gotas de 3 micrômetros de diâmetro cada uma, criando um espelho plano em uma superfície líquida dentro de um recipiente de vidro. Para mostrar que a superfície era mesmo reflexiva, os pesquisadores usaram-na para refletir a imagem do algarismo oito.

Além da leveza, outra grande vantagem desse espelho fotônico para telescópios é que ele nunca se quebraria, já que tende a consertar a si mesmo: "A tendência natural das partículas é voltar ao seu estado de equilíbrio e reformar a membrana," explicou Grzegorczyk. Contudo, muito ainda deverá ser feito antes que um telescópio ultraleve possa ir ao espaço: o maior desafio é que, para ser realmente grande e valer a pena, o espelho deverá ser formado por milhões de nanopartículas, que deverão ser estabilizadas no espaço, e não em meio líquido. E, para isso, será necessário construir um super-laser - nenhum que os pesquisadores sabem existir atualmente seria suficiente.
Fonte: Inovação Tecnológica

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Planeta Mercúrio

Espiral de lado

Um rejuvenescimento galáctico

Lua eclipsa Saturno

Alpha Camelopardalis: Estrela Veloz Cria Uma Onda de Choque

Messier 2

Ou a energia escura não é constante ou uma segunda força desconhecida está em ação...

Nosso Sistema Solar pode capturar um planeta? Cientistas dizem que sim

Como intensas explosões estelares forjaram os gigantes galácticos do universo

Trappist-1b: um planeta rochoso ou um mundo com névoa?